São Paulo — O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, afirmou em depoimento à Polícia Civil, nessa segunda-feira (1º/4), que dirigia o Porsche “um pouco” acima do limite de velocidade de 50km/h quando bateu na traseira de um Sandero, na madrugada de domingo (31/3), matando o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.
No depoimento, obtido pelo Metrópoles, o empresário diz que tinha acabado de sair de uma casa poker com um amigo antes da colisão na Avenida Salim Farah Maluf, na zona leste de São Paulo, e afirma que não ingeriu bebidas alcoólicas. Ele abandonou o Porsche, avaliado em R$ 1,2 milhão, fugiu sem prestar socorro à vitima e só se apresentou à polícia 38 horas depois.
“Estava um pouco acima do limite permitido, porém, não chegava a ser muito acima também”, afirmou Fernando no depoimento, sem dizer exatamente quanto marcava o velocímetro do carro que dirigia.
fernando sastre de andrade filho 1
Motorista chegou à delegacia na tarde desta segunda (1º/4) Reprodução
fernando-motorista-porsche
Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade Reprodução
empresario-Porsche
Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade Reprodução
fernando porsche
Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente Felipe Resk/Metrópoles
fernando sastre de andrade filho 3
Acompanhado da mãe, o motorista se apresentou à delegacia Reprodução
fernando sastre de andrade filho 2
Fernando Sastre de Andrade Filho estava desaparecido Reprodução
Acidente Porsche zona leste SP
Dianteira de carro de luxo ficou completamente destruída Divulgação/Polícia Civil
porsche-acidente
Porsche em alta velocidade provocou morte de uma pessoa em acidente no Tatuapé Divulgação/Polícia Civil
Acidente Porsche zona leste SP
Asfalto ficou com marcas de pneus após acidente, ocorrido em alta velocidade Divulgação/Polícia Civil
Acidente Porsche zona leste SP
Carro da vítima teve a traseira destruída Divulgação/Polícia Civil
Acidente Porsche zona leste SP
Motorista do Renault Sandero morreu durante atendimento hospitalar Divulgação/Polícia Civil
Imagens de uma câmera de monitoramento (assista abaixo) mostram, no entanto, que o Porsche era conduzido pelo empresário em alta velocidade. Com a força da batida, o carro de luxo arrastou o veículo da vítima por alguns metros, colidindo contra um muro. Alguns postes chegaram a ficar sem luz, tamanha a força da colisão.
Ornaldo foi levado para o Hospital Municipal do Tatuapé, onde chegou com quadro de parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimá-lo, sem sucesso. Ele morreu por causa de “traumatismos múltiplos”. Ornaldo era casado e deixa três filhos.
Sem ir ao hospital Como mostrado pelo Metrópoles, a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos, foi até o local do acidente e disse aos policiais militares que atenderam a ocorrência que ia levar o filho para o Hospital São Luiz no Ibirapuera.
Os PMs liberaram os dois e depois foram à unidade de saúde com o intuito de realizar o exame de bafômetro no empresário. No local, foram informados que ele não havia dado entrada em nenhum hospital da rede.
Em seu depoimento, o empresário admitiu que, de fato, não foi para nenhum hospital. Ele disse que sua mãe o levou para casa, onde repousou.
Fernando acrescentou que após acordar sua mãe afirmou ter recebido ameaças pelo celular, “não sabendo falar quais, pois ela não quis mostrar”. Esse teria sido o motivo, acrescentou, para ele não ser levado ao hospital.
A Polícia Civil e Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediram a prisão temporária do empresário, mas a Justiça negou. O delegado Nelson Vinicius Alves, assistente do 30° Distrito Policial (Tatuapé), afirmou que Fernando não demonstrou arrependimento durante seu depoimento. “Ele usou o carro como arma”, disse..
“Perda não será reparada” Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa de Fernando afirmou que está entrando em contato com a família de Ornaldo para prestar solidariedade e assistência necessária.
“Obviamente, a perda não será reparada, mas minimamente prestaremos amparo necessário neste momento de tal fatalidade”. Ele nega que tenha ingerido bebidas alcoólicas, antes de assumir o volante do carro de luxo.