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Motoristas relatam medo e prejuízo ao terem carros destruídos por bolsonaristas

Um levantamento revela que ao menos 25 motoristas amargaram o prejuízo de terem os carros vandalizados, na noite dessa segunda-feira (12/12), no desenrolar dos atos de violência que escalonaram a partir da tentativa de invasão da sede da Polícia Federal (PF), na Asa Norte. Até o momento, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) contabilizou cinco ônibus danificados ─ dos quais quatro ficaram totalmente destruídos.

Pivô da confusão, o indígena bolsonarista extremista José Acácio Tserere Xavante permaneceu preso após audiência de custódia realizada nesta terça-feira (13/12). A Justiça também decidiu mantê-lo em cela isolada no Centro de Detenção Provisória (CDPII), dentro do Complexo Penitenciário da Papuda. Até o momento, ninguém foi preso.

Dono de uma SUV, modelo Tiggo, da Cherry, desde agosto deste ano, o publicitário Jonathas Gomes, 35 anos, conta que saiu do serviço, em um edifício próximo ao prédio da PF, por volta das 19h20, e se assustou ao encontrar-se com um grupo de pessoas vestindo camisetas verde e amarelo, segurando pedaços de pau e barras de ferro.

“Um deles virou e falou: ‘Sai da frente se não a gente vai matar’ e eu corri. No que eu corri, falaram: ‘Não corre, não’, e três homens vieram atrás de mim. Nesse momento, não tinha bombas de efeito moral ou gás lacrimogênio. Eles estavam quebrando os carros por quebrar. Não tinha adesivo no carro ou manifestação política”, afirma.

O publicitário chegou a filmar os danos momentos após terem quebrado o vidro traseiro e amassado a lataria do carro. Em outras imagens, é possível ver um criminoso pegando uma pedra e arremessando-a contra o carro no início das manifestações. Segundo Jonathas, o prejuízo ficou em R$ 10 mil, que não serão cobertos pelo seguro. Veja:

Após o ocorrido, ele foi até a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) para registrar um boletim de ocorrência. A unidade policial também foi alvo dos vândalos, que destruíram vidros e danificaram uma viatura.

Sonho frustrado De viagem marcada com a família no fim de dezembro, o publicitário lamenta a “morte” de um sonho. “Perdi o encanto total. Ia fazer uma viagem com o carro para curtir e fazer algo que eu sempre quis, mas eu desisti. Foi uma coisa que tiraram de mim, não sei explicar”, diz.

Comemorando o aniversário nesta terça (13), ele conta que a volta ao trabalho foi “complicada”. “É um aniversário que nunca mais vou esquecer na vida. Tive uma sensação de insegurança e medo. A qualquer barulho que ouvíamos lá fora, a gente já corria para ver se eram eles. Foi um dia complicado. Um misto de tristeza, insegurança e raiva muito grande. A gente não imagina viver uma situação dessas em Brasília. É assustador”, reclama.

Doações A maquiadora Gabriela Braga, 29 anos, teve um momento de lazer interrompido e chegou a presenciar a destruição do Renault Sandero da cobertura do B Hotel, localizado na parte central de Brasília.

“Eu tinha deixado o carro no estacionamento do Mc Donald’s do Eixo Monumental, estava no Bar 16 vendo que tinham colocado fogo em um ônibus, arrancados placas, tacando bombas. Não imaginava que iriam colocar fogo no meu carro. Foi desesperador”, lamenta. Veja o carro da maquiadora destruído no estacionamento:

Gabriela conta que, ao ver o carro em chamas, tentou sair do estabelecimento, mas foi impedida pela equipe de segurança do hotel. “Desci desesperada, tentando fazer alguma coisa. Não tinha como sair do hotel porque eles estavam jogando pedras, bomba. Se eu saísse ali, eram capaz de tacarem em mim. O pessoal do hotel não deixou eu sair até a situação amenizar”, afirma.

Após a situação se acalmar, por volta das 1h, pediu para que um motorista de aplicativo a deixasse em casa. Ela conta que ainda não parou para calcular o prejuízo total e que o veículo não tinha seguro. Mãe solo, ela usava o carro para realizar atendimentos à domicílio e para levar os dois filhos à escola.

Para tentar diminuir o prejuízo, algumas amigas criaram uma vaquinha. Veja link para contribuir.

“Tive medo de morrer” Outra vítima dos bandidos foi o estudante Gabriel Marques, 21 anos, que teve o veículo apedrejado e incendiado durante atos de vandalismo cometidos por bolsonaristas extremistas.

O jovem terminava o expediente em um escritório de advocacia, no Setor Hoteleiro Norte (SHN), quando começaram os protestos. Ao deixar o prédio em que trabalha, Gabriel não imaginava que encontraria o carro totalmente destruído.

E o seguro? Segundo o presidente da comissão de seguro auto da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Marcelo Sebastião, 50 anos, existe uma cláusula em que são listados os riscos excluídos da cobertura. Entre eles, incêndios, vandalismo, tumultos, protestos e manifestações.

O presidente da FenSeg recomenda que após qualquer danificação nos automóveis, o assegurado procure seu corretor para uma análise da situação.

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