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O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) se referiu ao novo recorde de desmatamento do últimos mês de abril como “números péssimos e horrorosos”. Na sexta-feira (6/5), os dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelaram que os alertas de desmatamento registrados na Amazônia no mês de abril — entre os dias 1º e 29 de abril — alcançaram um total de 1.013 km², maior da série histórica.
Questionado sobre os números, Mourão retrucou: “[Os números foram] Péssimos, horrorosos. Estamos vendo aí onde estamos errando”, lamentou.
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018
Igo Estrela/Metrópoles
***Painel do fogo, combate ao fogo na Amazônia. Porto Velho (RO), 28/09/2021
De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Igo Estrela/Metrópoles
***sistema de combate de focos de incêndios na amazonia bombeiros sobrevoam áreas de queimadas próximo a Porto Velho em Rondonia
Dois anos após o “Dia do Fogo”, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado um aumentos de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
Fábio Vieira/Metrópoles
***RICARDO GALVAO – INPE
O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por conta da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
***O presidente Jair Bolsonaro (PL), acompanhado pelo filho Flávio Bolsonaro, na cidade de Eldorado, interior de São Paulo, nesta manhã de sábado, 22. A mãe do presidente, Olinda Bonturi Bolsonaro, de 94 anos, faleceu na madrugada de sexta-feira (21). O Presidente cancelou viagem à Guiana e voltou ao Brasil para o enterro. Foto: Fábio Vieira/Metrópoles
Bolsonaro chegou a culpar as Organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
Fábio Vieira/Metrópoles
***Amazônia
Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais
Fotos Igo Estrela/Metrópoles
***Bolsonaro na Amazônia
Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas por conta dos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais
Reprodução
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Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a “índios e caboclos” e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente Agência Brasil
No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil
Agência Brasil
***amazônia
Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica
Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta em 1500
Estudo do Ipham, divulgado em 2022. alerta que a tendência é que o desmatamento cresça ainda mais na Amazônia caso sejam aprovados projetos de lei que estão em discussão no Congresso. Segundo o instituto, esses textos preveem a regularização de áreas desmatadas e atividade de exploração mineral em terras indígenas
Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images
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O general, que presidente o Conselho Nacional da Amazônia, ainda atribuiu a responsabilidade aos ministérios gestores das agências e órgãos ambientais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
“Estamos com ações, como a Operação Guardiões do Bioma, que é uma operação conjunta do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Justiça. Então, tem que ver com eles onde é que está tendo uma falha”, sugeriu Mourão.
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Segundo o Inpe, pelo quarto mês consecutivo, os alertas de desmatamento seguiram concentrados nos estados do Amazonas (34,2%), Pará (28,3%) e Mato Grosso (23,8%). Segundo o órgão, nos três primeiros meses do ano, a região bateu o recorde de 941,3 km² desmatados.
Em abril do ano passado, o número era um recorde. Isso porque os quatro primeiros meses do ano são de chuva na Amazônia, o que dificulta a atuação de atividade ilegal.
Em abril de 2021, o órgão de pesquisa registrou 581km² desmatados, ou seja, aumento de 43% em relação ao mesmo mês em 2020.
“Os maiores índices de abril foram lá no estado do Amazonas, naquela região do sul do Amazonas, uma região um pouco complicado, ao longo da BR-230, Humaitá, Apuí, então tem que ver o que está havendo e onde é que nós estamos errando”, reforçou o vice-presidente.
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O post Mourão sobre recorde de desmatamento: “Números péssimos e horrorosos” apareceu primeiro em Metrópoles.