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Dois dos projetos foram assinados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) 02 de novembro de 2023 | 13:10
Mais de 40 entidades e movimentos sociais articulam um manifesto em que pedem ao governo Lula que se mobilize contra três acordos de cooperação firmados entre Brasil e Israel e aprovados pela Câmara dos Deputados no mês passado, após o início da guerra.
Dois dos projetos foram assinados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e versam sobre a cooperação entre os dois países para as áreas de segurança, combate ao crime organizado e serviços aéreos.
Já um terceiro, que data da gestão de Michel Temer (MDB), detalha como brasileiros residentes em Israel e israelenses que moram no Brasil podem ter acesso ao sistema previdenciário. Os três projetos de decreto legislativo ainda dependem da apreciação do Senado. Nenhum deles requer sanção presidencial.
O manifesto contra a cooperação internacional é encabeçado por movimentos como BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) Brasil, MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), CUT (Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras), Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e MNU (Movimento Negro Unificado).
“Esses acordos aprofundam a cumplicidade do Brasil com os crimes contra a humanidade perpetrados por Israel e dão aval para que o apartheid e o genocídio continuem”, afirmam os signatários.
“Urgimos ao presidente Lula que denuncie os acordos firmados por Bolsonaro com o apartheid israelense. Dado que os crimes contra a humanidade cometidos por Israel se nutrem da cumplicidade internacional, revogar estes instrumentos é fundamental para contribuirmos de fato com a paz, os direitos humanos e o direito internacional”, acrescentam.
Os autores do manifesto ainda defendem um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, principal palco do conflito, e que o Brasil e países de todo o mundo pleiteiem um embargo militar contra Israel.
“Há 75 anos, Israel implementa uma política de limpeza étnica contínua, impondo um regime de apartheid a todo o povo palestino e ocupando e colonizando o seu território”, diz o texto. “Não podemos aceitar que táticas e tecnologias desenvolvidas pelo apartheid israelense sigam sendo exportadas normalmente.”
Mônica Bergamo, Folhapress