Na manhã desta sexta-feira (18/10), o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) se pronuncipou sobre o caso de pacientes que perderam a visão após procedimentos médicos em Parelhas.
O órgão apura o que aconteceu para que 15 pessoas, que participaram de um mutirão promovido pela prefeitura, fossem contaminadas por uma bactéria. Nove perderam o olho.
De acordo com o MPRN, houve uma falha na higienização e esterilização do ambiente cirúrgico, o que causou a infecção no grupo. ” Não se pode afirmar qual a origem da precisão, se houve falha humana, instrumentos. Evidência é que houve falha na esterilização no ambiente cirúrgico”, afirmou Ana Jovina de Oliveira Ferreira, promotora de Justiça de Parelhas.
Ainda de acordo com Ana Jovina, o “ponto de vista eleitoral será averiguado”, tendo em vista a proximidade do mutirão de cirurgias oftamológicas da eleição municipal, ocorrida em 6 de outubro. “Essa preocupação realmente é absolutamente pertinente, o mutirão foi feito em 27 e 28 de setembro, 10 dias antes do pleito”, disse a promotora.
Apesar disso, ela explica que, o fato de existir um mutirão de saúde em data próxima à votação não é conduta vedada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O que provaria abuso de poder politio é o conteudo a finalidade [do mutirão]. A máquina admnistrativa tinha ou não interesse eleitoral? Isso será averiguado” acresecentou Ana Jovina.
O MPRN recebeu três denúncias sobre o caso: uma anônima – que aparentava ser do familiar de uma vítima – , uma de um dos pacientes e outra de um vereador, em 2 de outubro. “Esta semana fechamos a fase inicial, coleta de toda a documentação preliminar”, detalha Ana Jovina. “O MP passa, portanto, a averiguar a responsabilização com muita ênfase. A nova fase é análise do conteúdo coletado”.
Entenda o caso
No total, nove pessoas perderam o globo ocular após complicações em procedimentos cirúrgicos de catarata. Durante mutirão organizado pela Prefeitura de Parelhas, no Rio Grande do Norte, 15 pacientes foram infectados pela bactéria Enterobacter cloacae — oito homens e sete mulheres, com faixa etária de 43 a 80 anos.
As cirurgias ocorreram em 27 de setembro, porém as vítimas começaram a se queixar de problemas entre 24h e 36h após o procedimento cirúrgico. O MPRN instaurou um procedimento para apurar o ocorrido.