São Paulo – A Polícia Civil de São Paulo investiga se o desentendimento sobre a negociação de um terreno dentro do assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé, no interior de São Paulo, teria sido a causa do ataque a tiros que deixou duas pessoas mortas e outras seis feridas, nessa sexta-feira (10/1).
Na tarde deste sábado (11/1), um dos suspeitos acusados de matar os militantes Valdir do Nascimento, conhecido como Valdirzão, e Gleison Barbosa de Carvalho foi preso.
O detido, apontado como mentor intelectual do crime, é conhecido como “Nero do Piseiro” e já tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo.
A investigação da Polícia Civil está sendo conduzida pela Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté. Segundo a polícia, Nero do Piseiro foi reconhecido por testemunhas que viram os criminosos chegando ao local em carros e motos, e momentos depois abriram fogo.
Um outro homem foi abordado no local e autuado em flagrante por porte ilegal da arma. Ele teria ido socorrer às vítimas após o bando sair.
O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido no plantão da Delegacia Seccional de Taubaté.
O que aconteceu:
- Segundo o MST, homens armados teriam invadido o assentamento Olga Benário por volta das 23h dessa sexta-feira (10/1).
- No momento do ataque, 10 pessoas, entre crianças e idosos, estavam no local. Duas morreram e seis ficaram feridas.
- Os mortos foram identificados como Valdir do Nascimento, conhecido como “Valdirzão”, 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28.
- Outros dois feridos foram internados em estado grave. Ministros do governo Lula (PT) lamentaram o episódio e cobraram punição aos envolvidos.
- Em ligação, Lula expressou solidariedade às vítimas e prometeu uma visita à região.
- O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) enviou um ofício à Polícia Federal (PF), neste sábado (11/1), determinando a abertura de um inquérito para apurar o ataque.
De acordo com o MJSP, uma equipe da PF, composta por agentes, perito e papiloscopista, se deslocou ao local do ataque para investigar a ação.