O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupou, nesta quinta-feira, 27, duas fazendas utilizadas para cultivo de eucalipto da empresa Suzano localizadas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo. A retirada do grupo social ocorre dez dias após a Justiça determinar a saída dos invasores do local. Com uma crescente na pressão ao governo federal após o grupo ocupar propriedades privadas nas últimas semanas, num movimento chamado de ‘Abril Vermelho’, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), criticou a atuação do movimento e afirmou que os integrantes do grupo deveriam dispor de “outras formas de luta, que podem conquistar ainda mais a sociedade para causas importantes como reforma agrária, agricultura familiar e produção de alimentos no nosso país”. Além das áreas desocupadas, o MST já invadiu outras 12 área rurais este mês, dentre elas uma unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Petrolina, no Estado de Pernambuco – área já desocupada durante o último fim de semana.
Até o momento, integrantes do Movimento dos Sem Terra ainda encontram-se na ocupação de outras três propriedades rurais na Bahia. Como resultado das ações, a Câmara dos Deputados se mobilizou e pressionou o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) para que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST fosse instalada. Nesta semana, em encontro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), governadores de quatro Estados, incluindo Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Paraná, vieram até Brasília para cobrar respeito à propriedade privada para que o setor continue se desenvolvendo. Os chefes dos Executivos Estaduais foram convidados pelo presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), que informou à imprensa que Lira fará a leitura da instalação da CPI do MST na Casa, possibilitando que haja investigações sobre as recentes invasões do movimento social.