Cumprir a quarentena prevista por lei antes de assumir um cargo no setor privado não “impõe um custo tão alto assim às pessoas”, diz o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho.
Ministros de Jair Bolsonaro foram liberados para ocuparem cargos em empresas privadas sem a quarentena remunerada de seis meses prevista na Lei de Conflito de Interesses, o que fez com que o presidente Lula trocasse os integrantes da Comissão de Ética da Presidência.
Fábio Faria (Comunicações) e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União) foram liberados para trabalhar no BTG Pactual. Marcelo Sampaio (Infraestrutura) foi para a Vale e Caio Paes de Andrade (Petrobrás) assumiu uma secretaria no governo do Estado de São Paulo.
“A gente tem que respeitar a competência da Comissão de Ética, suas atribuições. Mas esses casos geram uma abertura para a gente fazer um debate sobre para que serve a quarentena”, diz o ministro em entrevista à coluna.
“(A pessoa) foi ministra. E tem uma quarentena remunerada. Ela não vivia com esse salário até ontem? Qual o problema de esperar seis meses para assumir uma função na iniciativa privada?”, argumenta.
Carvalho diz que, quando saiu do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), cumpriu a quarentena antes de trabalhar no setor privado.
“Você vai trabalhar numa empresa que atua na área em que você atuava como ministro ou como autoridade da administração pública? Na dúvida, exerça a quarentena.”
Assista abaixo à íntegra da entrevista.