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A área técnica do Ministério da Saúde contrariou o chefe da pasta, Marcelo Queiroga, em nota técnica divulgada no último sábado (4/6), ao apontar a importância do uso de máscaras em meio a uma nova alta dos casos de Covid-19 no país.
“Além disso, medidas não farmacológicas (distanciamento e uso de máscaras) devem ser encorajadas no atual momento epidemiológico”, diz o texto do ofício da Saúde que liberou a quarta dose da vacina contra a Covid para pessoas a partir de 50 anos. A média móvel de novos casos mais do que dobrou em relação à registrada duas semanas atrás.
Queiroga, no entanto, já colocou em xeque diversas vezes os benefícios do uso de máscaras. “O uso obrigatório de máscara não tem benefício comprovado. O que funciona é as pessoas aderirem às políticas, e isso é mais efetivo. Se você quer usar máscara, usa”, voltou a dizer nesta segunda-feira (6/6), durante cerimônia em que tomou a quarta dose da vacina – e dois dias depois da publicação da nota técnica da pasta que chefia.
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A Prefeitura do Rio de Janeiro foi a primeira a anunciar o fim do uso obrigatório das máscaras contra a Covid. Contudo, para alguns grupos de risco, o uso da máscara ainda é altamente indicado Getty Images
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Imunossuprimidos: o grupo considera, por exemplo, pessoas com câncer, HIV, transplantados e outros com o sistema imune fragilizado, o que deixa o paciente mais suscetível a infecções
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Além de continuarem usando máscaras, é essencial que os imunossuprimidos mantenham o calendário vacinal atualizado, sempre que possível
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Pessoas com comorbidades: este grupo ainda será obrigado a utilizar o equipamento de proteção, uma vez que é considerado um dos mais vulneráveis, segundo a Prefeitura do RJ
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As comorbidades são condições que podem aumentar a chance do desenvolvimento da versão mais grave da doença. O recomendado é que cada caso seja avaliado particularmente por um médico Getty Images
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Idosos: somado ao envelhecimento do sistema imunológico, grande parte do grupo recebeu a vacina Coronavac, que possui uma eficácia menor se comparada com outras. Tendo em vista a resposta imunológica dessas pessoas, a recomendação é que mantenham o uso da máscara e evitem aglomerações
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Não vacinados: inclui quem não recebeu nenhuma dose, apenas 1 aplicação ou está sem a dose de reforço, pois estão mais vulneráveis ao vírus Getty Images
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Crianças: assim como os outros grupos, os pequenos também são vulneráveis por não estarem com a cobertura vacinal completa. Porém, não foram incluídos no grupo que deve manter o uso obrigatório da máscara
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Segundo as diretrizes da ONU, adolescentes com 12 anos ou mais devem seguir as mesmas recomendações da OMS para uso de máscara em adultos
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Em relação às crianças menores de cinco anos, elas não precisam usar o item. Para os especialistas, nessa faixa etária, elas podem não conseguir usar uma máscara adequadamente sem ajuda ou supervisão
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Em áreas onde a Covid-19 está se espalhando, recomenda-se que crianças de 6 a 11 anos usem uma máscara bem ajustada em ambientes pouco ventilados e sem distanciamento social
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Profissionais de saúde e outros: grupos que estão expostos a uma grande circulação de pessoas durante o dia de trabalho, como caixas de supermercado, cobradores de ônibus e profissionais que trabalham em hospitais, devem continuar usando a proteção, mesmo que não seja obrigatório
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Ainda no sábado, Queiroga tinha alegado que “não há motivo para obrigar o uso de máscaras”. “Se você quer usar máscara, você use. As pessoas se sentem confortáveis usando máscara, podem usar. Não tem problema. Agora, nós entendemos que, no momento atual, não há motivo para obrigar o uso de máscaras”, disse à TV Record.
Na sexta-feira (3/6), o ministro tinha afirmado que “a obrigatoriedade do uso de máscaras é uma bobagem sem precedentes”. Na quinta-feira (2/6), Queiroga fez alegação parecida ao dizer que usar máscara ou não “é um direito de cada um”. Em entrevista à Folha, ele afirmou que a máscara, “às vezes, serve até como posicionamento político”.
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