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O Avesso da Pele: Educação de GO recolhe livros distribuídos pelo MEC

Goiânia – A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) determinou, nessa quarta-feira (6/3), o recolhimento do livro O Avesso da Pele, incluído na lista de obras literárias aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2022. Segundo a pasta, as obras devem ser analisadas conforme a proposta pedagógica do currículo estadual.

A decisão da Seduc ocorreu após a secretaria receber solicitações de informações sobre o livro. A discussão chegou a ser pautada por deputados da direita de Goiás, que denunciaram expressões, jargões e descrição de cenas de sexo na publicação, que alegaram ser inadequadas para exposição a menores de 18 anos.

Críticas O livro O Avesso da Pele, escrito por Jeferson Tenório e vencedor do Prêmio Jabuti 2021, foi alvo de polêmicas após ser selecionado pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para professores e estudantes de escolas públicas de todo o país.

Tudo começou após Janaina Venzon, diretora da Escola Ernesto Alves, em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, publicar um vídeo criticando a obra de Tenório. Nas imagens, ela destaca trechos de O Avesso da Pele com “vocabulários de baixo nível”.

“Lamentável o Governo Federal através do MEC adquirir esta obra literária e enviar para as escolas com vocabulários de tão baixo nível para serem trabalhados com estudantes do ensino médio”, escreveu Janaina na legenda do vídeo.

Análise dos livros De acordo com a Seduc, o processo de análise será conduzido pelas coordenações regionais de Educação (CREs) para determinar se o material é adequado e contribui efetivamente para o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes.

Segundo a secretaria, “fará a leitura e análise com vistar a definir se o livro poderá ou não ser distribuído”.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal declarou, em nota divulgada no último 2 de março, que “peças de desinformação estão repercutindo de maneira deturpada a escolha da obra O Avesso da Pele como material a ser adotado em salas de aula em todo o Brasil”.

O texto informa que o livro foi incluído no PNLD, bancado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio de portaria de setembro de 2022, assinada pelo então secretário de educação básica substituto, Gilson Passos de Oliveira, depois de passar por uma seleção publicada em edital de 2019, durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ainda de acordo com a Secom, a escolha das obras literárias a serem adotadas em sala de aula é feita pelos educadores de cada escola, a partir de um guia digital, no qual os livros do programa estão listados para conhecimento de professores e gestores.

Discussão entre deputados Na última terça-feira (5/3), o deputado Amauri Ribeiro (UB) levou trechos do livro para o discurso na tribuna da Alego. Apoiador do ex-presidente Bolsonaro, ele repetiu a ação de deputados federais que criticaram a obra. Ele chamou o livro de “porcaria” e “pornografia” e cobrou a retirada dos livros das escolas.

A deputada Bia de Lima (PT), que também preside o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), rebateu o direitista. “O deputado que tem mente suja vem aqui dizer que é professor. A discussão na escola não passa por essa coisa suja que talvez o deputado esteja acostumado”, argumentou.

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