As consequências das decisões adotadas para a área de energia pelo governo Bolsonaro serão sentidas no bolso dos brasileiros ao longo do próximo ano. A previsão é da economista Clarice Ferraz, diretora do Instituto Ilumina, que considera tímida a estimativa de algumas consultorias de reajuste de 5% na tarifa de energia.
Ferraz explica que a subida da tarifa de eletricidade em 2023 será inevitável com os aumentos represados no ano eleitoral por meio de novos empréstimos e outros subterfúgios do governo.
Somado a isso, segundo a economista, teremos o impacto do maior despacho térmico em um cenário de preços internacionais altos para o gás natural.
Haverá ainda os efeitos da descotização da eletricidade barata da Eletrobrás, acompanhada dos jabutis associados à privatização da antiga estatal, e o aumento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
A CDE financia a tarifa social de pessoas em situação de extrema pobreza, que chegou em setembro de 2022 ao recorde no CadÚnico, desde sua criação, em 2021: 49 milhões de brasileiros — ou 23% da população.