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Menino de “ouro”
Deputados estaduais andam impressionados com o forte esquema de segurança sobre um parlamentar eleito para seu primeiro mandato. Segundo relatos colhidos pela coluna, alguns dos profissionais que acompanham o jovem deputado andam fortemente armados, inclusive dentro da Assembleia Legislativa. O esquema de segurança é pesado: um dos profissionais entra na frente, faz uma espécie de vistoria, enquanto outro grupo fica aguardando o sinal do batedor para levar o protegido. Quem viu a cena não perdeu a oportunidade: “será que é medo do povo?”.
Rui Rei
O nome da ex-primeira-dama da Bahia Aline Peixoto voltou a ganhar força nas bolsas de apostas para ocupar a vaga de conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), cobiçada por deputados estaduais e federais. O assunto voltou à pauta nesta semana e tem causado desconforto entre partidos da base governista, que veem com desconfiança o desejo do ministro Rui Costa (PT) impor o nome da esposa, deixando de lado aliados políticos que há anos estão de olho na vaga. Só para lembrar: a Assembleia Legislativa elege o representante e o voto é secreto.
Cofre vazio
Com dificuldades para cumprir com os compromissos feitos durante a campanha do ano passado, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem prorrogado diversos contratos milionários firmados com prefeituras do interior entre o final de 2021 e ao longo de 2022. Os convênios envolvem a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), Superintendência dos Desportos do Estado (Sudesb) e a Secretaria da Educação, conforme publicações somente nesta semana no diário oficial. Em alguns casos, os convênios tiveram o valor reduzido ou o cronograma de pagamento alterado. Chama a atenção a prorrogação de dois contratos da Secretaria da Educação, de R$ 39 milhões e R$ 28 milhões. Eles deveriam ser concluídos no início deste ano, mas foram adiados para o segundo semestre.
Socorro federal
Integrantes do governo dizem que, embora não admita publicamente, Jerônimo tem tido dificuldade para pagar tudo que foi prometido e, por isso, tem adiado os compromissos na esperança de receber uma ajuda federal. Ao longo da campanha, vale ressaltar, Jerônimo já havia admitido que, para governar, iria depender do governo federal. Pelo menos essa promessa ele parece cumprir (contém ironia).
Recados
O governador Jerônimo Rodrigues tem deixado claro que pretende adotar uma postura diferente do seu antecessor e padrinho político, Rui Costa, no diálogo com entidades. Contudo, mantém o mesmo discurso revanchista e rancoroso de Rui. Nesta semana, ele participou de reunião do Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social da Bahia e até começou bem, ressaltando que, pela primeira vez, um governador participava de reunião da entidade, mas depois aproveitou a presença de dezenas de secretários da assistência social para mandar recados. Disse que os palanques foram desarmados, mas que não iria esquecer quem estava neles e ainda afirmou que não vai “esquecer quem estava comigo”.
Efeito colateral
Uma manobra articulada na transição de governo entre Rui Costa e Jerônimo Rodrigues vai elevar ainda mais o custo na aquisição de remédios em farmácias baianas. É que, além do reajuste nacional que sempre acontece no mês de abril, o governo estadual já elevou o percentual de ICMS cobrado sobre a linha farmacêutica de 17% para 19%. O aumento do imposto também recairá sobre bens e serviços, como no preço da cerveja, da gasolina e do consumo de energia elétrica. Na contramão do dispositivo aprovado pelo Congresso Nacional para conter os preços dos produtos, a gestão petista na Bahia agiu na calada da noite e não poupou nem quem sacrifica boa parte do seu dinheiro com remédios.
Piada pronta
Soou como uma piada a notícia de que o governador Jerônimo Rodrigues pretende gastar quase 1 milhão de reais para afundar duas embarcações na Baía de Todos-os-Santos. Isso porque um dos navios a ser “sepultado” é o antigo ferry-boat Juracy Magalhães, que está fora de operação. O detalhe é que o empenho da Secretaria de Turismo para agilizar a negociação – com prazo célere até o início de fevereiro – contrasta com a lentidão com que o mesmo governo trata os problemas crônicos de baixa qualidade e insegurança do serviço de travessia Salvador-Bom Despacho, o que inclui longas filas de espera para embarque e navios à deriva em alto mar com defeitos mecânicos. “Eles já afundaram o serviço, agora tão afundando os barcos, literalmente. Parece até uma piada”, protestou uma pessoa nas redes sociais.
Mudou de ideia?
Deputados e entidades ligadas ao setor agropecuário reagiram com ceticismo à possibilidade de recriação da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), admitida nesta semana pelo secretário do Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso (PT). O fim da empresa, há oito anos, foi duramente criticado nos últimos anos, sem nenhuma sinalização do governo de voltar atrás. Contudo, bastou o tema ser levantado na campanha e as críticas se intensificarem, para a volta do órgão ser considerada. O curioso é que essa era uma promessa do adversário de Jerônimo, ACM Neto (União Brasil).
Barato que sai caro
Um prefeito baiano está sendo investigado pelo Ministério Público estadual por ter utilizado recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para pagar uma multa determinada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Pela determinação, o gestor deveria pagar o débito com recursos próprios, mas tentou o famoso “jeitinho” e agora pode ser enquadrado pela Lei de Improbidade Administrativa.