Oito ararinhas-azuis foram soltas no sábado (11), em Curaçá, no norte do estado. As cinco fêmeas e três machos estavam em um viveiro e voaram pela primeira vez pela Caatinga brasileira. Mais 12 ararinhas-azuis serão soltas neste ano como parte do “Plano de Ação da Ararinha-azul”, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP) em Berlim, na Alemanha. O objetivo é aumentar a população em cativeiro, restaurar seu habitat natural e reintroduzir a espécie, extinta há 20 anos, na natureza.
O coordenador do Plano, Antonio Eduardo Barbosa, explicou que esse primeiro grupo de oito aves foi escolhido entre os mais aptos a sobreviver na natureza. “São animais sadios, que têm musculatura de voo, que interagem e que não apresentam comportamento agonístico, isto é, que não brigam com outro. São os animais mais aptos para a soltura.”
As ararinhas-azuis foram soltas com oito araras-maracanã, espécie com quem dividia o habitat natural e que tem hábitos semelhantes aos seus. Nos últimos dois anos, as ararinhas passaram por adaptação em um viveiro instalado em Curaçá e que envolveu a redução do contato com humanos, o convívio com araras-maracanã, o treinamento do voo, o reconhecimento de predadores e a oferta de alimentos que serão encontrados na natureza.
Para esse projeto de reintrodução, foram criadas, em 2018, duas áreas de preservação em Curaçá e Juazeiro: a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul e o Refúgio da Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul. “Foi uma soltura branda, como chamamos. A gente abre o recinto, mas quer que as aves permaneçam ali. Será ofertada alimentação suplementar durante um ano, para que elas ainda visitem o recinto. Nessa fase experimental, queremos conhecer a dinâmica que as aves vão apresentar”, afirmou Barbosa.