O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta segunda-feira, 30, em nota divulgada à imprensa, que o Congresso Nacional “buscará contribuir com as aprovações necessárias” para ajudar o governo federal a alcançar o déficit zero em 2024. A defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que a gestão “dificilmente” cumprir a meta fiscal. Para Pacheco, o Legislativo deve “seguir a orientação e as diretrizes” do chefe da equipe econômica, porque “ir na contramão disso colocaria o país em rota perigosa”. “Devemos seguir a orientação e as diretrizes do ministro da Fazenda, a quem está confiada a importante missão de estabelecer a política econômica do Brasil. Ir na contramão disso colocaria o país em rota perigosa. O Parlamento tem essa compreensão e buscará contribuir com as aprovações necessárias, com as boas iniciativas e perseguindo o cumprimento da meta estabelecida”, afirma o parlamentar.
Mais cedo, nesta segunda, Haddad disse não haver, da parte de Lula, “nenhum descompromisso com meta fiscal”. Na sexta-feira, durante café da manhã com jornalistas, o presidente da República disse que não gostaria de se comprometer com a meta de déficit zero, para não começar o ano de 2024 fazendo “cortes em investimentos e obras”. “Eu sei da disposição do [Fernando] Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição, mas queria dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta, até porque eu não quero fazer corte em investimentos e obras. Se o Brasil tiver um deficit de 0,5% o que é? De 0,25%, o que é? Nada. Absolutamente nada”, declarou na ocasião. O ministro da Fazenda se esquivou de perguntas sobre a manutenção da meta, mas afirmou: “A minha meta está mantida”.
O texto da reforma tributária, uma das prioridades de Haddad, deve ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no dia 7 de novembro. A ideia de Pacheco é concluir a votação no plenário da Casa até o dia 9 de novembro. O Ministério da Fazenda também espera que os senadores aprovem outros itens da agenda econômica, como o PL dos fundos exclusivos e das offshores, além do PL das apostas esportivas – o senador Romário manteve em seu texto a alíquota de 18% a ser cobrada das empresas.