Foto: Roque de Sá/Agência Senado
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) 27 de março de 2024 | 21:15
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), creditou a melhora na imagem do Congresso apontada por pesquisa do Datafolha a propostas aprovadas nos últimos anos, como as reformas trabalhista, previdenciária e tributária —as duas primeiras são alvos de críticas do presidente Lula (PT).
Já presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que o resultado do levantamento é “estimulante e gratificante” e indica que os parlamentares estão no caminho certo, com o “fortalecimento do Legislativo”.
A pesquisa registrou a melhor avaliação do Congresso em quase 21 anos. Segundo o Datafolha, 22% aprovam o trabalho de deputados e senadores, ante 23% que desaprovam e 53% que o veem como regular.
Houve dois outros momentos na série em que a aprovação estava nesta casa, 25% em novembro de 2010 e 22% em abril de 2019. Mas as rejeições eram maiores, 30% e 32%, respectivamente.
Pacheco afirmou que o Parlamento ainda tem “muito a fazer, como rediscutir o instituto da reeleição”, outro projeto criticado por Lula.
“Há um reconhecimento do trabalho que estamos realizando para aprovar as leis de interesse do Brasil e dos brasileiros”, disse Lira por meio de nota.
O presidente da Câmara afirmou ainda que a Casa aprovou uma pauta afirmativa e citou temas como a reforma tributária, o marco legal das garantias e o novo arcabouço fiscal, “graças ao apoio dos deputados federais e do colégio de líderes incansáveis na discussão para o aprimoramento dos textos”.
Pacheco, por sua vez, disse que o Parlamento entrega projetos que “verdadeiramente interessam ao Brasil”.
“Ao contrário de discussões vazias pelas redes sociais, que só servem para ampliar o ódio e passar a falsa impressão de trabalho, o Congresso tem histórico de serviços prestados”, afirmou.
O presidente do Senado citou também aprovação de marcos, como do saneamento, das ferrovias e da cabotagem, e outras leis, como a Paulo Gustavo e a Aldir Blanco. “No esporte, aprovamos a Lei Geral do Esporte e a SAF, que salvou o futebol brasileiro da falência.”
Segundo o senador, há temas que ainda precisam ser apreciados e que não podem cair na polarização que divide o país.
“Acima de tudo, não podemos permitir que uma discussão sobre o combate à fome, ao desemprego, à falta de moradia, de saúde, de educação e de segurança seja colocada como uma questão de extrema direita ou de extrema esquerda. O Brasil é um só e os problemas dizem respeito a todos”.
O nível combinado de aprovação e rejeição que as Casas comandadas por Pacheco e Lira é o mais favorável desde a pesquisa de dezembro de 2003, quando o ótimo/bom era de 24% e o ruim/péssimo, de 22%.
Em comparação com a mesma etapa da legislatura anterior, em maio de 2020 a aprovação era semelhante, 18%, mas a reprovação chegava a 32%.
A pesquisa atual mostra uma diferença abrupta de percepção ante a imediatamente anterior, de dezembro de 2023. A avaliação negativa do trabalho congressual despenca de 35% para 23%, enquanto a positiva tem uma subida mais discreta, de 18% para 22%. O regular sobe também, dez pontos.
O Datafolha ouviu 2.002 pessoas em 147 cidades do Brasil nos dias 19 e 20 de março. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos.
Matheus Teixeira/Victoria Azevedo/Folhapress