O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que acredita na democracia brasileira, que é barulhenta, mas funciona. “O que estamos vendo é uma demarcação de territórios”, disse ele a jornalistas nesta quinta-feira, 26, após encerrar participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
“São Poderes independentes e eles tentam demarcar territórios. Então às vezes, o Supremo vai e entra no IPI ou ICMS, invadindo um pouco o território do outro. Aí o Legislativo empurra de volta”, afirmou.
Guedes citou outro exemplo dessa “demarcação”, de o Supremo tentar impedir Jair Bolsonaro de tentar nomear o delegado chefe da Polícia Federal. “Aí o Executivo disse ‘esse território é meu, você está invadindo meu território, todos os presidentes nomearam’.”
“Temos que respeitar todos os Poderes, inclusive a Presidência da República, ela é uma instituição democrática”, afirmou. O ministro avalia que falta respeito em todos os lugares.
Havia uma descrença, sobretudo no exterior, sobre a funcionalidade da democracia brasileira, ressaltou. “Muita gente vendeu que a democracia estava em risco porque Bolsonaro ganhou. Só pode eleger um cara de esquerda?”, questionou Guedes, argumentando que Bolsonaro tem direito a ter suas opiniões.
Essa descrença com a democracia e o funcionamento da economia, disse o ministro, acabou, sobretudo quando o Brasil avançou em reformas difíceis, como a da Previdência. “A democracia brasileira é barulhenta, mas é uma democracia e funciona.”
No exterior, a “descrença e hostilidade” foram substituídas pela palavra respeito, ressaltou Guedes, destacando que é justamente o respeito que falta dentro do Brasil. “Todo mundo está faltando respeito, faltando tolerância.”
PT
Na entrevista, Guedes alfinetou o PT, que segundo ele quebrou o Brasil sem nenhuma guerra ou uma pandemia, como enfrentou o governo de Jair Bolsonaro. “O PT já tinha hipotecado o futuro das gerações sem ter havido uma guerra.”
O lado positivo da social-democracia, disse o ministro, foi a inclusão de milhões na classe média, mas isso ao custo de corrupção, juro alto e roubalheira.
Se os sociais-democratas vencerem em outubro, é estagnação econômica e corrupção, prevê Guedes. “A social-democracia tem coração macio, mais cabeça dura.”