O Bahia vive um novo momento na sua história. Nesta terça-feira (3), o tricolor completa um mês desde que os sócios aprovaram a constituição de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e consequentemente a venda para o Grupo City. A assembleia foi realizada na Fonte Nova.
Oficialmente, a SAF tricolor ainda está em processo de constituição. É a parte burocrática do acordo. Enquanto isso, o clube está sendo gerido em uma espécie de co-participação entre o investidor e o Bahia associação. Mas na prática, todas as decisões são tomadas pelo Grupo City.
No primeiro mês sob o comando do fundo investidor, já é possível notar muitas mudanças no Esquadrão. As primeiras medidas foram tomadas no setor que mais atrai a atenção dos tricolores: o departamento de futebol.
Então diretor de futebol, Eduardo Freeland foi substituído por Cadu Santoro, que era líder de scouting do Grupo City na América Latina. Cadu comandou os trabalhos de transição do City e agora tem a missão de gerir o futebol tricolor. Com passagens por Fluminense e Athletico-PR, Marcelo Teixeira foi contratado para a direção da base.
Representante do Grupo City, Cadu Santoro assumiu a direção do futebol do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) |
Na mesma tomada, deixaram o clube o coordenador de futebol Renê Marques, o preparador de goleiros Rogério Lima e o auxiliar técnico fixo Bruno Lopes. A comunidade portuguesa, no entanto, segue representada no Esquadrão. O Grupo City escolheu o técnico Renato Paiva como treinador para 2023.
NOVA COMISSÃO
Renato Paiva trabalhou por quase 20 anos nas categorias de base e no time B do Benfica. Ele era responsável por lapidar os talentos no clube português. No futebol profissional, o novo treinador do Bahia acumula passagens pelo Independiente del Valle. Na equipe, ele conquistou o Campeonato Equatoriano. O último trabalho foi no León, do México.
A comissão técnica é toda composta por estrangeiros. São quatro portugueses: os auxiliares Nuno Presume e Ricardo Dionísio, o treinador de goleiros Rui Tavares, e o analista de vídeo David Pereira. O espanhol Antonio Bores, preparador físico, completa o grupo.
REFORMULAÇÃO DO ELENCO
Como era esperado, o Bahia está passando por uma reformulação no seu elenco. Do grupo que conseguiu o acesso para a primeira divisão, 18 jogadores deixaram a equipe. Destes, 16 não tiveram os contratos renovados e dois foram emprestados para outras agremiações. O goleiro Dênis foi repassado ao Vila Nova, e o atacante Copete defenderá o CRB.
O Esquadrão também está se mexendo em busca dos reforços. Sete jogadores já foram anunciados pelo clube: o goleiro Marcos Felipe, os zagueiros Kanu, David Duarte e Marcos Victor, o volante Nicolás Acevedo, e os atacantes Biel e Everaldo.
Outros três jogadores estão acertados e treinando no CT Evaristo de Macedo. Eles dependem apenas da parte burocrática para serem oficializados. São eles o zagueiro Raul Gustavo, o volante Diego Rosa e o atacante Kayky.
O Esquadrão ainda busca outros reforços e nos próximos dias pode anunciar mais contratações.
INVESTIMENTOS
O Bahia também deu um salto de patamar quando o assunto é a compra de atletas. Com apenas um mês de Grupo City, o tricolor bateu recorde. O atacante Biel se tornou a maior aquisição do clube. O Esquadrão desembolsou R$ 10,5 milhões para tirar o jogador de 21 anos do Fluminense.
O clube baiano, aliás, já desembolsou cerca de R$ 14,5 milhões na compra de direitos econômicos. O zagueiro Marcos Victor foi comprado do Ceará por aproximadamente R$ 4 milhões. A conta só não é maior porque outras duas negociações não avançaram.
Aposta do Grupo City, Bahia chega com status de maior compra da história do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) |
O volante Christian, do Athletico-PR, chegou a realizar exames em Salvador e tinha um acordo para ser adquirido em definitivo por 3 milhões de dólares (cerca de R$ 15,4 milhões). Um problema nos exames, no entanto, travou a contratação.
Outro cobiçado pelo Bahia foi o centroavante Alejo Veliz, de 19 anos, do Rosario Central. O Esquadrão também ofereceu 3 milhões de dólares por 85% dos direitos. Mas a proposta não foi aceita pelo clube argentino. Se todas as negociações fossem concretizadas, totalizariam um investimento de aproximadamente R$ 45 milhões.
É importante lembrar que no acordo firmado entre Bahia e Grupo City, o fundo árabe se compromete a investir, pelo menos, R$ 500 milhões, em compra de jogadores. O prazo para que o valor seja desembolsado é de 15 anos, mas nada impede um investimento maior em um espaço de tempo menor.
O contrato total prevê a injeção de R$ 1 bilhão no Esquadrão. R$ 300 milhões serão destinados para o pagamento de dívidas, enquanto R$ 200 milhões para uso nas categorias de base, infraestrutura, capital de giro, entre outros.
TECNOLOGIA
Por falar em infraestrutura, alguns setores do Bahia estão passando por modernização. Recentemente, o clube publicou nas redes sociais a aquisição de um novo equipamento de biomecânica para a academia do clube.
Ao fazer parte do Grupo City, o Esquadrão é beneficiado com a tecnologia disponível para todos os clubes da franquia, o que vai desde recursos para o mapeamento e captação de atletas, passando pelos treinos e desenvolvimento de atletas.