Presidente da Câmara também mostrou impaciência com resistência do governo sobre cargos representativos no primeiro escalão
Ricardo Stuckert/PR
Presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta segunda-feira, 22, que “a maneira mais justa” seria que os partidos esperassem até o final do primeiro ano do governo Lula 3 para a realização de uma reforma ministerial. “No meu ponto de vista, todos os partidos deveriam esperar a reforma ministerial que vai acontecer no final do 1º ano. É a maneira mais justa”, disse, em jantar promovido pelo portal Poder360 em Brasília. Após meses como articulador do Centrão por cargos na Esplanada, ele também mostrou impaciência com os resultados da negociação até agora e cobrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ofereça mais ministérios representativos se quiser ampliar sua base aliada. “O governo conseguiu 90 votos com 9 ministérios (entregues) ao PSD, MDB e União Brasil e agora quer mais 200 votos com mais um ministério”, observou. Esse único ministério citado por Lira seria a nova pasta da Micro e Pequena Empresa, proposta por Lula para acomodar o PP no governo.
O chefe do Executivo tem resistido a entregar ministérios com projetos populares, como o Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família. Em eventos, Lula tem elogiado o titular da pasta, Wellington Dias, e dito que “é o presidente” quem oferece cargos aos partidos, e não o contrário. A previsão mais recente é de que trocas no primeiro escalão sejam anunciadas na próxima semana, após retorno da comitiva presidencial que está na África. O prazo, no entanto, vem sendo repetidamente adiado. A única definição, até o momento, é em relação aos nomes dos indicados pelo Centrão: os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).