O Patriota anunciou a expulsão do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, da legenda. Em nota divulgada nesta quarta-feira, 1º, o partido diz ter assistido “com indignação e repulsa” o discurso proferido pelo vereador, em que ele diz que baianos “só vivem tocando o tambor” e sugere que produtores e agricultores gaúchos contratem argentinos porque são “limpos, trabalhadores, corretos”. “O discurso, proferido na tribuna, está maculado por grave discriminação e desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho”, diz nota do Patriota.
A legenda afirma ainda que Sandro Fantinel feriu “a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante” e disse que o “momento é de ter compaixão, respeito e assegurar direitos violados”, fazendo referência ao resgate de mais de 200 trabalhadores baianos em condições análogas à escravidão que prestavam serviços a vinícolas gaúchas. “Esta profunda discordância entre a atitude do vereador e os princípios do Patriota torna inconciliável sua permanência em nossos quadros, uma vez que nossos valores se baseiam fundamentalmente no respeito às leis, à vida e à equidade. Portanto, o Patriota Nacional comunica a expulsão do vereador das fileiras do partido”, concluiu.
Como a Jovem Pan mostrou, o vereador Sandro Fantinel usou a tribuna da Câmara Municipal de Caxias do Sul para aconselhar os produtores e agricultores da região “não contratem mais aquela gente lá de cima”, se referindo aos funcionários vindos da Bahia. As declarações foram repudiadas pelo governador Eduardo Leite (PSDB-RS), pelas Defensorias Públicas do Rio Grande do Sul e da Bahia e também pela Câmara Municipal de Caxias do Sul. Em nota, a Casa disse “não compactuar com nenhuma manifestação de preconceito, discriminação, racismo ou xenofobia”. “Ressaltamos que foi um posicionamento individual do parlamentar. Não traduz o pensamento e os valores da instituição e nem da totalidade dos vereadores”, diz o comunicado. O site da Jovem Pan questionou o vereador a respeito das manifestações e da possibilidade de cassação do mandato, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.