Uma pesquisa realizada por moradores de quinze favelas de cinco municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro revelou que 56% dos entrevistados vivem em situação de pobreza energética, em nível moderado a grave.
A pobreza energética grave ocorre quando a conta de luz representa mais de 10% da renda familiar mensal. O recomendado é que o valor não ultrapasse 6,8%.
Quase 70% dos entrevistados relataram que gastariam mais com alimentos, caso suas contas de luz fossem reduzidas.
O relatório “Justiça Hídrica e Energética nas Favelas” também aponta que quase a metade da população residente nesses locais depende de bombas para ter acesso à água.
Amanda Ohara, do Instituto Clima e Sociedade, um dos parceiros da pesquisa, destaca a relação de dependência entre luz e água para as populações desses territórios.
O levantamento também identificou problemas como os alagamentos que afetam a vida de mais da metade dos entrevistados, locais sem saneamento básico e com baixa qualidade da água fornecida.
A pesquisa foi realizada a partir de um curso para 45 jovens moradores e lideranças locais, idealizado por uma rede de coletivos comunitários, articulados pela ComCat, Comunidades Catalisadoras. Mais de 1150 famílias foram entrevistadas entre maio e junho deste ano.
Janine Lima, da comunidade do Itacolomi, na zona norte do Rio, participou da pesquisa e avalia que o trabalho já tem um impacto importante.
O projeto vai apresentar a gestores públicos e concessionárias uma série de propostas de melhorias na prestação dos serviços a partir dos problemas identificados.
Economia Rio de Janeiro 23/09/2022 – 09:17 Sheily Noleto/Edgard Matsuki Fabiana Sampaio – Repórter da Rádio Nacional Pobreza energética sexta-feira, 23 Setembro, 2022 – 09:17 2:46