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Pesquisadora da USP comanda podcast que aborda feminismo para crianças

São Paulo — “Lia dramaturgias e nunca achava que as mulheres retratadas me representavam, ou que as personagens meninas representavam a criança que eu fui”. Foi a partir desse incômodo que a paulista Anna Carolina Longano, de 39 anos, tornou-se escritora, artista e pesquisadora, além de se considerar “orgulhosamente feminista”.

Ela comanda o podcast Conta! Conta! Conta!, que tem como foco ensinar sobre igualdade de gênero para crianças por meio da quebra de estereótipos históricos. Trata-se de uma extensão da tese de doutorado de Longano na Universidade de São Paulo (USP).

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Anna Carolina Longano criou o podcast em parceria com Vítor Freire

A pesquisadora trabalha com peças de teatro, oficinas, leituras de histórias e exposições
O podcast Conta! Conta! Conta! está na segunda temporada
O foco é ensinar sobre feminismo para crianças
Os episódios serão lançados até fevereiro de 2025
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Anna Carolina Longano é doutora em ciências pela USP

Material cedido ao Metrópoles

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Anna Carolina Longano criou o podcast em parceria com Vítor Freire

Cia. Ruído Rosa/Divulgação

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A pesquisadora trabalha com peças de teatro, oficinas, leituras de histórias e exposições

Cia. Ruído Rosa/Divulgação

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O podcast Conta! Conta! Conta! está na segunda temporada

Cia. Ruído Rosa/Divulgação

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O foco é ensinar sobre feminismo para crianças

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Os episódios serão lançados até fevereiro de 2025

Cia. Ruído Rosa/Divulgação

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Uma das metas é ter temporadas periódicas

Cia. Ruído Rosa/Divulgação

 

Como nasceu o podcast

Em 2017, em colaboração com Vítor Freire, Anna Carolina Longano criou o podcast infantil. No início, os episódios consistiam em leituras de livros e contos clássicos. Depois, em 2021, a dupla fez a primeira edição por meio de um edital do Prêmio Aldir Blanc de Apoio à Cultura da Cidade de São Paulo.

Prevista para se estender até fevereiro de 2025, a atual temporada, que é a segunda do programa, faz parte do projeto A Heroína da História. A iniciativa tem o apoio do governo do estado de São Paulo e do governo federal.

A principal proposta é proporcionar um “entendimento feminista de mundo” para as crianças de todos os gêneros. Segundo a idealizadora, para as meninas, especificamente, é mais uma possibilidade de oferecer instrumentos e argumentos de combate a experiências discriminatórias, como machismo, misoginia, racismo e classismo.

“As personagens são crianças que não caem no estereótipo da ‘menininha boazinha, comportadinha, tudo inha’; assim como mulheres que não estão apenas em busca do amor e são punidas no fim pelo péssimo comportamento social; mulheres que são mães amorosas, esposas exemplares, donas de casa sensacionais. Na minha escrita, eu tento quebrar isso”, detalha.

Por meio de uma colaboração com editoras, as obras literárias abordadas foram selecionadas a partir do objetivo de terem protagonistas mulheres e meninas. Uma das principais inspirações para Longano é a teórica feminista norte-americana Bell Hooks (1952-2021). “É fundamental a gente abordar que a exploração de diferentes tipos de corpos não é normal; mostrar que os direitos devem ser iguais, independentemente de gênero, raça, deficiência ou classe social.”

Em relação ao futuro do podcast, os planos envolvem concretizar temporadas regulares. Além disso, a pesquisadora pretende publicar novos livros e continuar a ministrar frequentemente aulas de escrita feminista.

 

Trajetória no teatro

Natural de São Paulo, Anna Carolina Longano é bacharela em artes cênicas e doutora em ciências pela USP. Na tese, ela investigou representações hegemônicas e feministas das mulheres. No mestrado, pesquisou sobre pedagogia feminista.

“Minha trajetória começa no teatro. Fui uma adolescente que usou da grande oferta de coisas públicas e/ou gratuitas que São Paulo oferece, fiz oficinas. Na faculdade, de 2004 a 2007, escolhi fazer artes cênicas e, a partir disso, virei tanto escritora quanto pesquisadora”, diz.

“Na USP, a gente passava por várias experiências, e uma que eu tinha, como atriz, era escrever bastantes cenas”, conta. Ao longo dos anos, a paulista se inseriu cada vez mais na dramaturgia e passou a escrever contos.

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