InícioNotíciasPolíticaPiloto de helicóptero “possivelmente” tentou voltar a SP antes de cair

Piloto de helicóptero “possivelmente” tentou voltar a SP antes de cair

São Paulo — O piloto do helicóptero encontrado na manhã desta sexta-feira em Paraibuna, interior de São Paulo, após 12 dias de buscas, em um acidente que deixou quatro mortes, tentou voltar para a capital paulista, de onde havia saído. De acordo com a avaliação preliminar da Polícia Civil, a intenção era fugir do mau tempo que pode ter resultado na queda.

Segundo o delegado Paulo Sérgio Reis Mello, comandante do Departamento de Operações Policiais Especiais (Dope), que realizou as buscas em parceria com a Polícia Militar, o local onde os destroços foram encontrados fica a apenas 10 km de distância do ponto onde o piloto Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos, havia feito um pouso de emergência, em 31 de dezembro, data do desaparecimento da aeronave.

O pouso de emergência havia sido registrado pela esteticista Letícia Sakumoto, de 20 anos, uma das vítimas. Ela mandou um vídeo para o namorado no momento e havia relatado estar com medo.

O helicóptero, um Robinson R44 Raven, não tinha equipamentos para fazer voos por instrumentos e as nuvens na região impediam um voo visual.

Para o delegado Mello, de forma preliminar, o local da queda indica que o piloto Teodoro tentou retornar à São Paulo após esse pouso emergencial. Porém, ele caiu instantes após a segunda decolagem.

“Saiu, voou um pouco, ficou tentando escapar das nuvens com intenção de retornar para São Paulo, não de prosseguir para Ilhabela, e não prosseguiu, infelizmente”, disse o delegado.

Mello, contudo, ressaltou que essas são as possibilidade preliminares levantadas a partir do ponto da queda, mas que as investigações que trarão a causa exata do acidente ainda está em andamento.

O delegado havia analisado o painel de instrumentos do helicóptero a partir das imagens que Letícia havia mandado.

“Pelo que a gente conseguiu ler no painel da aeronave, ali você repara que estava 4.100 pés, 80 nós, e um climb de 500, estava descendo 500 pés por minuto”, disse.

Ou seja, o helicóptero voava a cerca de 1,2 km de altura em relação ao nível do mar, a uma velocidade de cerca de 148 km/h. No momento do vídeo, a aeronave estava em queda, descendo a uma velocidade de cerca de 9 km/h.

O acidente O helicóptero modelo Robinson 44 desapareceu na Serra do Mar no dia 31 de dezembro. Morreram no acidente o piloto Cassiano Teodoro, de 44 anos, e os três passageiros: Raphael Torres, 41; Luciana Rodzewics, 45; e Letícia Ayumi, 20.

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Piloto Cassiano Tete Teodoro conduzia helicóptero que sumiu Reprodução

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Letícia e Luciana estavam no helicóptero que sumiu em SP Reprodução

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Raphael Torres é amigo de Letícia Reprodução

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Print de vídeo enviado por Letícia Ayumi a namorado Reprodução

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Letícia enviou mensagens ao namorado citando pouso forçado de helicóptero antes de desaparecer Arquivo pessoal

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Troca de mensagens entre Letícia e o namorado mostra imagens de pouso forçado de helicóptero antes de desaparecer Arquivo pessoal

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Fotografia da vista do helicóptero que desapareceu mostra área de mata fechada e bastante neblina Arquivo pessoal

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Outra foto enviada por Letícia mostra helicóptero pousado no chão Arquivo pessoal

A aeronave partiu do Campo de Marte, na capital paulista, em direção a Ilhabela, no litoral norte, na véspera do Ano-Novo. O último registro no radar havia sido por volta de 15h20 do dia 31 de dezembro. Pouco antes de a aeronave desaparecer, Letícia enviou mensagens ao namorado avisando sobre as más condições climáticas. Ela gravou um vídeo em que o helicóptero aparece totalmente coberto por neblina, sem visibilidade.

A análise dos celulares havia sido feita pela equipe de aviação da Polícia Civil ao longo dessa quinta-feira (11/1). Segundo o delegado Paulo Sérgio Reis Mello, diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), apenas com um tempo favorável, o que ocorreu na quinta, esse trabalho foi possível.

“Para fazer uma triangulação e encontrar o local dos celulares, é preciso três antenas [de telefonia móvel]. Lá, tinha só uma, e virada para outro lado”, disse o delegado.

Por isso, os policiais precisavam fazer voos na região para identificar as localizações prováveis dos celulares. Eles traçaram um cone, a partir da Rodovia dos Tamoios, na altura do km 54, que seguia por um raio de 12 quilômetros em cada um dos lados.

Esse direcionamento foi repassado para o Comando da Aviação da Polícia Militar (PM) na tarde de quinta-feira e as equipes planejaram uma busca mais minuciosa a partir da manhã desta sexta-feira.

O cone traçado pela Polícia Civil foi dividido em cinco quadrantes. Em cada um deles, os helicópteros das polícias fariam voos específicos, com menor velocidade e altura. No segundo quadrante, por volta das 9h15, os PMs encontraram os corpos.

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