Essa teria sido a terceira dose aplicada em Bolsonaro, segundo investigação de alterações no sistema do SUS
Ciete Silvério/Governo do Estado de SP
Polícia Civil de São Paulo apurou denúncia de registro falso de dose de vacina no ex-presidente Bolsonaro
A Polícia Civil de São Paulo abriu um Boletim de Ocorrência no dia 9 de janeiro deste ano para apurar denúncia de duas funcionárias da Coordenadoria de Vigilância e Saúde da Prefeitura de São Paulo de registro falso no sistema de imunização de São Paulo de uma dose de vacina contra a Covid-19 aplicada no ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o boletim de ocorrência, ao qual a Jovem Pan teve acesso, as funcionárias relataram aos agentes da polícia que verificaram uma aplicação no Vacivida, sistema de registro de aplicação de doses do governo estadual, a aplicação de dose única do laboratório Janssen no dia 19 de julho de 2021, na Unidade Básica de Saúde Parque Peruche, em nome e CPF de Bolsonaro e com data de registro no sistema no dia 14 de dezembro de 2021.
Ainda de acordo com o Boletim de Ocorrência, as funcionárias verificaram que a dose foi validada pelo Ministério da Saúde e emitido o certificado de vacinação pelo ConectSUS. No entanto, que ao fazer o rastreamento do lote, foi verificado que ele não existia na UBS Parque Perdizes e que a profissional registrada como aplicadora da vacina também nunca trabalhou na unidade. Além disso, o posto nunca fez atendimento ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O BO foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia, que fica no centro de São Paulo. As funcionários disponibilizaram à polícia prints das telas de computador mostrando as pesquisas que fizeram sobre a falsificação.
A denúncia foi registrada pela DP como crime de falsidade ideológica. O caso acabou sendo enviado para a Polícia Federal, que concentrou toda a investigação sobre o esquema de adulteração no sistema de vacinas do Ministério da Saúde. Essa teria sido a terceira dose de vacina contra a Covid-19 aplicada em Bolsonaro, segundo as adulterações feitas no sistema de imunização do SUS — é a investigada pela Polícia Federal (PF). As outras duas foram registradas na cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, de acordo com a apuração. Em declarações públicas, Bolsonaro afirma que nunca tomou vacina contra a Covid-19.