InícioEntretenimentoCelebridadePolicial morta por empresário já fez “falso date” para prender bandido

Policial morta por empresário já fez “falso date” para prender bandido

São Paulo — A policial civil Milene Bagalho Estevam, morta no último sábado (16/12) pelo empresário Rogério Saladino, é descrita por colegas como uma especialista em resolver casos de latrocínio. De acordo com o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Fabio Pinheiro Lopes, Milene era a policial que mais se destacava em todo o órgão.

“Ela era uma das melhores policiais que eu tenho no Deic. No Deic, eu tenho 650 policiais e a Milene era a que mais se destacava. De cada 10 latrocínios que a gente atendia, ela e o parceiro esclareciam oito. É uma perda irreparável”, disse Fabio Pinheiro Lopes.

Segundo colegas, Milene usava da criatividade para resolver os casos. Em agosto do ano passado, a investigadora marcou um falso encontro com um suspeito de latrocínio, para atraí-lo até um shopping e efetuar sua prisão.

Henrique Gutemberg era acusado de assassinar o jovem Gabriel dos Reis em um assalto em abril de 2022.

A policial começou a falar com o suspeito por meio de um aplicativo de mensagem. Em poucas horas de conversa, o criminoso já chamava a policial de “minha vida” e “vidona”.

Desconfiado, Henrique pediu que Milene fizesse uma chamada de vídeo com ele para ter certeza de que não se tratava de um golpe. A policial realizou a chamada dentro da própria delegacia do Deic.

No dia do falso encontro, Milene se ofereceu para pagar o Uber do suspeito. Isso permitiu que os policiais acompanhassem o trajeto dele até o shopping Lar Center, na zona norte de São Paulo, e efetuassem a prisão assim que ele chegou no estacionamento. No local, ele confessou envolvimento no crime.

Em janeiro deste ano, Milene também participou da investigação que prendeu 38 pessoas em uma mega operação contra uma quadrilha investigada pelo roubo de R$ 14 milhões de uma empresa de empreendimentos imobiliários no Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, em agosto do ano passado.

Quem era a policial Milene Estevam tinha 39 anos, estava na Polícia Civil havia sete anos e deixou uma filha de cinco anos. Ela trabalhava no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a agente tocou a campainha para coletar imagens de um crime ocorrido no dia anterior na região e foi recebida a tiros pelo empresário.

Um colega dela, que também fazia diligências no local, reagiu e matou o empresário e um funcionário da casa.

O crime aconteceu na Rua Guadelupe, nos Jardins, um dos mais bairros mais ricos da capital paulista. Na casa, foram encontradas porções de droga. O empresário tinha passagens por homicídio, lesão corporal e crime ambiental.

O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, elogiou a profissional. “Milene era uma policial exemplar, que vinha desenvolvendo investigações complexas, sempre trabalhando com muito afinco”, afirmou.

Dian afirmou que Milene foi baleada com uma pistola calibre 45, a uma distância entre 8 e 10 metros. “Ele abriu a porta da casa dele e já passou a atirar na policial”, afirmou. “Ele simplesmente abriu [o portão], se abrigou e começou a atirar na policial, que estava, inclusive, falando com o delegado dela [por telefone], reportando a diligência.”

O delegado a quem Dian se refere é Rogério Barbosa, do Deic, superior imediato de Milene e última pessoa a falar com ela. “A Milene e o parceiro formavam uma das principais equipes da delegacia. Ela foi responsável por inúmeras investigações importantes”, disse.

“Era minuciosa no trabalho, perfeccionista, fazia investigações brilhantes, era dedicada…”, afirmou. O delegado disse que a policial perdeu a vida de maneira trágica, “por causa de um louco”. “É inacreditável.”

O delegado falou com os pais da policial e disse que eles estão “transtornados”.  Ao lembrar que Milene deixa uma filha de 5 anos, Barbosa disse que “não dá nem para imaginar” a dor da família.

Nas redes sociais, a morte da policial civil foi lamentada. “Inacreditável, jamais iremos pensar que em um bairro nobre, em uma simples diligência para coletar imagens de monitoramento, o próprio morador irá atirar na polícia, lamentável. Deus conforte o coração de todos”, disse uma das pessoas.

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