A operação no então Polo Petroquímico de Camaçari começou em 29 de junho de 1978. De lá para cá muita coisa aconteceu e marcou a história do complexo e, consequentemente, da Bahia. Graças ao empreendimento, o estado adquiriu uma base industrial consistente e com conexão com o mercado global. Com a chegada da Ford, em 2001, o local mudou de nome e passou a ser denominado Polo Industrial de Camaçari. O início da operação da montadora é o marco do processo de diversificação do complexo, com a implantação de novos setores industriais. Atualmente funcionam mais de 90 empresas químicas, petroquímicas e de outros ramos, como de pneus, celulose solúvel, metalurgia do cobre, têxtil, fertilizantes, energia eólica, fármacos, bebidas e serviços.
“É o primeiro complexo petroquímico planejado do Brasil. A concepção é de uma central de matéria-prima a partir da nafta e entregando esses produtos para as indústrias de 2º geração por tubo. Todas as empresas estão interligadas a uma central de tratamento de efluentes. A maioria dos produtos fabricados eram importados e hoje são abastecidos pelas empresas do próprio Polo”, conta Roberto Fiamenghi, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
Em 44 anos, o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul transformou a economia baiana, que antes tinha uma base econômica essencialmente agrária. A prova desta transformação é que hoje o complexo contribui com mais de R$ 1 bilhão por ano em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o estado, responde por mais de 90% da arrecadação tributária de Camaçari e é responsável por cerca de 22% do PIB da Indústria de Transformação da Bahia, segundo os últimos dados disponibilizados pelo Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), que são anteriores a março de 2020.
“A Bahia tinha poucas indústrias. A chegada do Polo Industrial de Camaçari criou um mercado de trabalho para profissionais de nível superior e técnico com especializações e, consequentemente, com níveis de salários mais altos que trouxeram um crescimento econômico. Hoje, o Polo oferece 30 mil empregos, sendo 8 mil próprios e 22 mil terceirizados, e recolhe, anualmente, R$ 1 bilhão em impostos”, destaca o vice-presidente Fieb.
Atualmente há mais de 90 empresas químicas, petroquímicas e de outros ramos no Polo Industrial de Camaçari (Foto: Divulgação Bracell) |
Investimentos
A infraestrutura e condições necessárias para operações de grande porte do Polo de Camaçari atrai constantes investimentos. A busca permanente de níveis cada vez mais elevados de competitividade tem sido a receita para ampliar as atividades. A importância econômica do complexo pode ser medida pela grandeza de seus números: São mais de US$ 16 bilhões em investimento global, faturamento de aproximadamente US$ 15 bilhões/ano e responsável por 30% do total exportado pela Bahia.
A Bracell, que iniciou as atividades em 2003 na planta de celulose instalada no complexo desde a década de 70, tem investido em projetos de melhoria contínua com impacto em mão de obra, meio ambiente e segurança para garantir o pleno funcionamento da unidade baiana, mantendo a capacidade produtiva de 500 mil toneladas/ano.
“O Polo Industrial de Camaçari é um importante instrumento para economia do estado da Bahia, pois reúne infraestrutura e condições necessárias para operações de grande porte realizadas pelas indústrias locais. Desde a entrada de matéria-prima ao escoamento da nossa produção, utilizamos as estruturas de logística, abastecimento, segurança, além da mão de obra e fornecedores locais, e o know-how das demais empresas que fazem parte do Polo”, ressalta Guilherme Araújo, diretor-geral da Bracell Bahia, empresa líder na produção de celulose solúvel e especial na América Latina.
Um olhar para o futuro
Há mais de 15 anos atuando no Polo Industrial de Camaçari, a LemosPassos tem investido nas áreas de inovação e sustentabilidade. Para o grupo, referência no país em alimentação coletiva, ações simples de redução, reciclagem e reaproveitamento podem fazer um grande diferencial para o meio ambiente – que atualmente é uma preocupação mundial. Um dos compromissos firmados, por exemplo, é a utilização de ovos livres de gaiolas, processados e in natura, em todos os preparos até 2025, além de ações já em prática de educação ambiental e tecnologia para otimização do uso de recursos naturais: “Há a criação do setor de inovação na empresa, com uso de equipamentos de nova geração nas unidades de produção para atualização tecnológica, além de uso de novas práticas operacionais nos processos. Isso reflete também na nossa atuação no Polo de Camaçari”, diz Ademar Lemos, presidente da companhia.
Dados econômicos do Polo Industrial de Camaçari / Fonte: Cofic – dados anteriores a março de 2020
– Investimento global superior a US$ 16 bilhões.
– Capacidade instalada acima de 12 milhões de toneladas/ano de produtos químicos e petroquímicos básicos, intermediários e finais.
– Capacidade instalada para 240.000 toneladas/ano de cobre eletrolítico, no segmento de metalurgia do cobre, e de 250 mil veículos/ano no segmento automotivo.
– Faturamento de aproximadamente US$ 15 bilhões/ano.
– Exportações: 30% do total exportado pela Bahia. Destinam-se a praticamente todo o mundo.
– Contribuição anual acima de R$ 1 bilhão em ICMS para a Bahia.
– Responde por mais de 90% da arrecadação tributária de Camaçari.
– Responde por 22% do PIB da indústria de transformação do Estado da Bahia.
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