Jair Bolsonaro convocou a manifestação na avenida Paulista, no próximo dia 25, para mostrar que tem muita força política ao STF, aos aliados recalcitrantes e a Lula e PT, necessariamente nessa ordem.
Se a manifestação for grande como promete ser, Jair Bolsonaro acredita que os ministros do STF refletirão sobre a conveniência de prendê-lo depois de já terem retirado os seus direitos políticos por 8 anos.
Isso porque não há nada de puramente jurídico nos processos que correm no tribunal. O STF se tornou uma instância política e, como tal, está sujeita às pressões que vêm da rua, assim como o Executivo e o Legislativo.
A questão, para os ministros, é transformar Jair Bolsonaro em mártir político. A reunião de uma multidão impressionante, com eventual repercussão internacional, mostraria que, ao contrário do que os togados mais fulgurantes pensam, o ex-presidente da República não está morto politicamente, virou um ideia como Lula e a sua prisão possivelmente até o fortaleceria. Acrescente-se que os ministros não devem subestimar o aumento da aversão ao STF, se ela ainda é possível, que a prisão de Jair Bolsonaro causaria.
Aos aliados mais ou menos recalcitrantes para as eleições municipais deste ano e também para as de 2026, uma grande manifestação de apoio a Jair Bolsonaro sinalizaria que não seria bom negócio romper com o bolsonarismo ou deixar de ouvir o chefe. Uma massa de eleitores o consideraria traidores.
Quanto a Lula e PT, o êxito da manifestação na avenida Paulista deixaria ainda mais claro, se isso ainda é possível também, que o atual presidente da República continua com altíssimo grau de rejeição popular e que o antipetismo permanece tão vivo quanto na época do impeachment de Dilma Rousseff.
Jair Bolsonaro joga todas as suas cartas na manifestação do próximo dia 25 na avenida Paulista. É arriscado, mas calculado.