Os três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acusados de atirar na jovem Juliana Rangel, no Rio de Janeiro, durante uma abordagem na noite de terça-feira (24/12), tiveram dois fuzis e uma pistola apreendidos. As armas serão submetidas à perícia. De acordo com fontes ouvidas pela coluna, os policiais confirmaram ter atirado no veículo onde a mulher, de 26 anos, seguia com a família para uma ceia de Natal.
Três agentes foram identificados como integrantes da guarnição responsável pela abordagem. Nesta quarta-feira (25/12), eles prestaram depoimento à Polícia Federal (PF), que abriu investigação sobre o caso. Os policiais foram afastados das funções. A Corregedoria da corporação também abriu procedimento disciplinar para apurar o incidente.
Juliana Rangel foi baleada na Rodovia Washington Luiz, na véspera de Natal, em Duque de Caxias, dentro do carro onde estava com a família. O pai da vítima, Alexandre da Silva Rangel, de 53 anos, que dirigia o veículo, disse que, ao ouvir a sirene do carro da polícia, ligou a seta para sinalizar que ia encostar. No entanto, segundo ele, os agentes saíram do veículo atirando.
O estado de saúde de Juliana é considerado gravíssimo. A jovem foi levada pela PRF ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN) e passou por uma cirurgia. Ela segue internada no CTI, intubada.
A corregedoria da PRF não aventa pedir a prisão preventiva dos três agentes, ao contrário do que aconteceu no caso do policial militar que jogou um suspeito de uma ponte em São Paulo no dia 2 de dezembro. A diferença é que, no caso da corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, o estatuto é regido pelo Código de Justiça Militar, que prevê a prisão preventiva em quartéis militares.
Já os policiais rodoviários federais agora investigados, que são civis, podem ter a prisão solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) ou determinada pela Justiça comum.