A privatização de lixões pode ajudar o poder público a resolver o problema da coleta de lixo no Brasil. O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu primeiro mandato, em 2002, previa o fim dos lixões municipais entre 15 e 20 anos, mas a questão se arrasta até hoje. São cerca de 2.000 lixões espalhados pelos municípios brasileiros, e as prefeituras reclamam sempre da falta de verba e de orçamento para lidar com eles. Recentemente, um lixão em Petrópolis, no Rio de Janeiro, pegou fogo, se tornando um risco muito grande para o meio ambiente e a população, já que o lixo acumulado gera gás metano, altamente explosivo e poluente. O presidente do Grupo Urbam, especialista em gestão de resíduos e coleta seletiva, Guilherme Almeida, diz que passar a gestão dos resíduos sólidos para a iniciativa privada é imprescindível e abre uma série de oportunidades para pequenas e médias empresas. O Programa de Parcerias de Investimentos, a Caixa e o BNDES estão promovendo editais para contratação de estudos a fim de encontrar o melhor modelo de gestão em cada município ou região.
A ideia é estruturar concessões e parcerias público-privadas (PPPs). O potencial de investimento é grande: R$ 21,8 bilhões nos próximos anos, atingindo 511 municípios onde moram 10,8 milhões de pessoas. Para Almeida, além dos aterros, o Brasil deve olhar para novas tecnologias para tratamento dos resíduos. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, existe essa separação: quase todos os resíduos plásticos são levados para a reciclagem. Já o resíduo orgânico, que gera o metano, não vai para o aterro, e sim para a compostagem ou biometanização, captando quase 100% do gás para gerar energia com esse material.
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