InícioNotíciasPolíticaProtestos contra extrema direita reúnem 250 mil na Alemanha

Protestos contra extrema direita reúnem 250 mil na Alemanha

Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em vários lugares da Alemanha, neste sábado (20/1), em protesto contra o extremismo de direita e em defesa da democracia. Segundo estimativas, atos em Frankfurt, Hannover, Nurembergue e outras cidades reuniram ao todo cerca de 250 mil manifestantes.

Uma nova onda de protestos, que ocorre desde a semana passada, veio em resposta a uma reunião secreta realizada por membros do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) com neonazistas para discutir um plano para deportar milhões de estrangeiros.

Manifestações foram registradas também em cidades como Kassel, Wuppertal, Karlsruhe e Erfurt, além de em municípios menores e vilarejos, com alguns erguendo cartazes que faziam alusão ao nome do partido ultradireitista: “O fascismo não é uma alternativa”.

Frankfurt: Nationwide Protests Against AfD Continue Following Revelation Of Meeting With Neo-Nazis

Atos em Frankfurt, Hannover, Nurembergue e outras cidades reuniram ao todo cerca de 250 mil manifestantes Thomas Lohnes/Getty Images

Frankfurt: Nationwide Protests Against AfD Continue Following Revelation Of Meeting With Neo-Nazis

A AfD está em alta nas pesquisas eleitorais antes de três grandes eleições regionais no Leste do país Thomas Lohnes/Getty Images

Frankfurt: Nationwide Protests Against AfD Continue Following Revelation Of Meeting With Neo-Nazis

Uma nova onda de protestos veio em resposta a uma reunião secreta realizada por membros do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) com neonazistas para discutir um plano para deportar milhões de estrangeiros Thomas Lohnes/Getty Images

Em Frankfurt, cerca de 35 mil pessoas se juntaram a uma marcha em “defesa da democracia”. A polícia informou que o ato foi pacífico.

Um dos organizadores, Peter Josiger, disse que o plano de deportação planejado na reunião secreta é “nada menos que um ataque com base na nossa coexistência”. Ele ainda fez um apelo por “uma postura ativa contra a direita por parte de toda a sociedade”.

Em Hannover, o ex-presidente alemão Christian Wulff e o governador do estado da Baixa Saxônia, Stephan Weil, se dirigiram a cerca de 35 mil manifestantes na Praça da Ópera. Os presentes carregavam faixas com frases como “Somos diversos” e “Votar na AfD é tão 1933”, referindo-se ao ano em que o ditador nazista Adolf Hitler tomou o poder na Alemanha.

Atos em mais de 100 cidades Outros 30 mil compareceram à marcha na cidade ocidental de Dortmund. A polícia ainda estimou a presença de 20 mil manifestantes em Estugarda, 12 mil em Kassel, 7 mil em Wuppertal, 20 mil em Karlsruhe, pelo menos 10 mil em Nurembergue, cerca de 16 mil em Halle (Saale) e 5 mil em Koblenz.

Ao todo, neste fim de semana, são esperados atos em mais de 100 cidades alemãs. Para este domingo, foram convocados protestos em Berlim, Munique, Colônia, Dresden, Leipzig e Bonn.

Por que tantos protestam? Uma reunião secreta realizada por membros da AfD gerou indignação em todo o país quando veio à tona, há dez dias. Ela ocorreu em Potsdam em novembro e teria incluído ainda políticos da União Democrata Cristã (CDU), partido da ex-chanceler federal Angela Merkel, hoje a maior sigla da oposição.

O caso foi revelado primeiramente pelo site de jornalismo investigativo Correctiv, e depois confirmado pela AfD em 10 de janeiro. A legenda, contudo, nega quaisquer planos de adoção de tal proposta e afirma que não se tratava de um evento partidário.

A reportagem informou que, durante uma reunião, um líder extremista austríaco, Martin Sellner, apresentou um plano para expulsar da Alemanha milhões de requerentes de refúgio e imigrantes, incluindo aqueles com cidadania alemã que não se integraram no país.

No encontro, discutiu-se a chamada “remigração”, um termo frequentemente usado em círculos de extrema direita como um eufemismo para a expulsão de imigrantes e minorias, incluindo alemães naturalizados.

O caso chocou muitos na Alemanha, num momento em que a AfD está em alta nas pesquisas eleitorais antes de três grandes eleições regionais no Leste do país, onde o apoio ao partido é mais forte.

A ocorrência dos políticos alemães O chanceler federal Olaf Scholz – que no fim da semana passada compareceu a um protesto ao lado da ministra do Exterior, Annalena Baerbock – disse que qualquer plano de deportar estrangeiros representa um “ataque contra a democracia e, por sua vez, contra todos nós” .

Scholz ainda apelou aos alemães “para que tomem uma posição – pela coesão, pela tolerância, pela nossa Alemanha democrática”.

A ministra do Interior, Nancy Faeser, ficou atenta ao fato de que uma reunião secreta ocorreu num hotel em Potsdam, perto de onde o partido nazista, em 20 de janeiro de 1942 – exatamente 82 anos atrás – coordenou a chamada “Solução Final” e discutiu o assassinato sistemático de milhões de judeus na Europa.

“Isso involuntariamente traz de volta memórias da terrível Conferência de Wannsee ”, declarou a ministra ao grupo de mídia Funke neste sábado.

Faeser destacou que não tem intenção de comparar os dois eventos, mas disse ser importante deixar claro que “o que está escondido por trás de termos que parecem inofensivos como “remigração” é uma ideia de expulsar e deportar pessoas em massa devido à sua origem étnica ou suas opiniões políticas.”

Na Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso da Alemanha, o governador Hendrik Wüst, da CDU, fez um apelo por uma “aliança de centro” entre todos os partidos e níveis de governo.

“Precisamos que os democratas sejam unidos”, afirmou ele, chamando a AfD de um “perigoso partido nazi” que não se baseia na Constituição alemã.

Já Friedrich Merz, líder da CDU, disse ser “muito encorajador que milhares de pessoas se manifestem pacificamente contra o extremismo de direita”. Ele não comentou o fato de que membros de seu partido estiveram presentes na reunião de Potsdam.

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