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Continuo escrevendo no escuro. Sem saber se estou sendo lido e, o mais importante, sem conhecer os comentários, ideias e troca de opiniões que vocês estão impedidos de postar.
Nos meus 37 anos de jornalismo impresso, somente em oito deles, como Diretor de Redação do Correio Braziliense, foi que comecei a me preocupar de fato com a opinião dos que me liam. Ou que liam o jornal que eu ajudava a fazer.
Nós, jornalistas, nunca nos preocupamos com a opinião dos leitores. Somos dotados da arrogância que nos leva a acreditar que eles não sabem o que querem nem o que devem receber – nós sabemos por eles.
Nas redações, ainda hoje, jornalistas detestam atender telefones. Acham que do outro lado da linha haverá um leitor chato querendo reclamar de alguma coisa ou sugerir alguma coisa.
Essa é uma das razões que explicam o declínio dos jornais. Sempre foram feitos e continuam a ser feitos de costas para os leitores.
Já no Correio comecei a mudar minha cabeça.
Mas confesso que só aqui, vivendo a experiência de explorar um novo meio de comunicação, foi que de fato descobri a importância de interagir com os leitores. De levar em conta o que eles querem e pensam. E de me enriquecer às custas da opinião deles.
É por isso que me incomoda o problema que atingiu este e os demais blogs hospedados no IG. Vocês não podem comentar as notas que posto. E eu não sei o que passa pela cabeça de vocês.
