O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), negou qualquer crise com bolsonaristas ou com o Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O político, que mira a reeleição em 2024 e busca apoio da sigla, relembrou o apoio do PL na eleição anterior, quando era vice na chapa com Bruno Covas, e afirmou, neste domingo, 10, durante coletiva de imprensa, que acredita que o partido o apoiará na disputa. Aliados do prefeito afirmam que o mais importante para a candidatura é o apoio do PL, mesmo que o ex-presidente não queira dar apoio direto, pois a legenda seria a maior da frente de centro-direita que tem sido elaborada para disputar o pleito. “O PL fez parte da nossa coligação em 2020, foi uma eleição vitoriosa, com Bruno Covas de cabeça de chapa e eu de vice, com o PL junto. Nós ganhamos a eleição, eles estão participando do governo porque participaram da coligação e, se a gente tem um projeto que está dando certo, o natural seria dar continuidade neste projeto. Fora isso, é especulação”.
“O que eu tenho escutado do presidente municipal do PL aqui de São Paulo é de que o PL estará comigo e que a gente está fazendo um trabalho importante para a cidade. O que eu tenho escutado do presidente nacional do PL é a mesma coisa. Lógico que qualquer um pode ser candidato, mas crise não tem”, declarou Nunes. No entanto, nos bastidores, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda apostam em uma candidatura própria, como já foi ventilado anteriormente pelo deputado federal Ricardo Salles (PL), que acabou retirando sua pré-candidatura após rejeitar o apoio a Nunes. Outra aposta da ala bolsonarista do PL seria o nome do senador Marcos Pontes (PL). A ideia dos aliados de Nunes é de que ele não se afaste dos eleitores bolsonaristas, mas que não seja tão relacionado ao ex-presidente.
Recentemente, uma pesquisa do Datafolha demonstrou que 68% dos eleitores não votariam em um candidato indicado por Bolsonaro. Além disso, nas eleições presidenciais e ao governo do Estado de 2022, Haddad e Lula venceram na capital paulista. O atual prefeito tenta construir uma frente ampla contra o que ele tem classificado como o “candidato da extrema-esquerda”, que é o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Também na coletiva deste domingo, Nunes voltou a falar sobre o seu oponente: “É um risco para a cidade, alguém que prega a desordem (…) Ter alguém que vai gerar insegurança jurídica, que cometeu ações de depredação, de incentivo de invasões e desrespeito às leis, a cidade de São Paulo não é isso. A cidade de São Paulo é uma cidade do trabalho, da paz e do desenvolvimento. É muito como está na bandeira do Brasil ‘ordem e progresso’”.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini