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Rota do Rock capenga: dos 39 pontos em Brasília, só 13 estão ativos

Neste sábado (13/7), comemora-se o Dia Mundial do Rock. O gênero musical acompanhou Brasília durante seus primeiros anos de existência e está inteiramente ligado à história da capital. Aqui, surgiram bandas como Legião Urbana, Plebe Rude, Raimundos, entre outras, que sempre fizeram questão de exaltar o “quadradinho” em suas canções.

Pensando em manter viva a relação entre Brasília e o rock, bem como homenagear aqueles que tanto contribuíram para a cultura local, o Governo do Distrito Federal (GDF) lançou, em 2021, a Rota Brasília Capital do Rock. A proposta era listar cerca de 40 pontos que tinham ligação com a história do rock de Brasília e atrair a atenção de turistas e moradores fãs dos artistas e bandas envolvidas. O projeto, no entanto, nunca foi concluído.

A Rota do Rock conta com 39 pontos mapeados. Desses, somente 13 têm, atualmente, uma placa informativa que mostra a brasilienses e visitantes um pouco da história do rock candango, com texto em português, inglês e espanhol, segundo a Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF) informou ao Metrópoles. A reportagem visitou os 13 locais mencionados e constatou que apenas nove deles têm o letreiro.

Confira na arte:

Todas as placas possuem um QR Code que direciona o usuário para um mapa com dados sobre todos os pontos da Rota do Rock. Porém, é preciso baixar o aplicativo Google Earth para acessar as informações.

Pode-se afirmar que a Rota do Rock foi inaugurada sem mais da metade das placas instaladas. À época, a Setur-DF falava em dividir o projeto em fases, e que na primeira etapa, 15 informativos seriam colocados. A pasta, contudo, não definiu datas para a conclusão do projeto.

Hoje, sob nova gestão, a secretaria afirma que tem buscado novas parcerias junto à iniciativa privada para confecção dos novos letreiros. A pasta alega, ainda, que algumas das placas que já existem foram retiradas para manutenção junto ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), sem especificar quais.

Questionada, a Setur-DF não respondeu quanto foi gasto no início do projeto e nem qual o aporte financeiro necessário para a conclusão. Também não há um cronograma de instalação das novas placas e reforma e/ou reinstalação das já existentes.

O decreto nº 42.074, de 6 de maio de 2021, que cria a Rota, determina que a Secretaria de Economia do Distrito Federal (Seec-DF) crie “mecanismos de incentivo econômico e tributário para viabilizar a Rota Brasília Capital do Rock”. A pasta não deu detalhes do trabalho realizado até então.

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Nomes como Renato Russo e Herbert Vianna ensaiavam em salas do prédio

Wey Alves/Metrópoles

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A sala 2090 era alugada por Renato. Hoje, é utilizada por um advogado

Wey Alves/Metrópoles

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Placa da Concha Acústica foi retirada devido à reforma do espaço

Wey Alves/Metrópoles

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Upis consta no roteiro por ter atuado na criação das placas

Wey Alves/Metrópoles

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Esquina onde membros da Plebe Rude criaram a banda. Hoje, o local possui uma residência, sem ligação com os artistas

Wey Alves/Metrópoles

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Placa da Esplanada está de frente à Catedral, próxima ao gramado

Wey Alves/Metrópoles

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Espaço de grandes shows, a Torre de TV possui placa da Rota do Rock

Wey Alves/Metrópoles

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Local onde Renato Russo criou a banda Aborto Elétrico está emplacado

Wey Alves/Metrópoles

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Casa onde Digão e cia. criou a banda Raimundos é usada pela banda até hoje

Wey Alves/Metrópoles

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Quadra onde Renato Russo morou também está identificada

Wey Alves/Metrópoles

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Teatro Galpãozinho foi rebatizado com nome do ‘pai’ do rock brasiliense em homenagem póstuma

Wey Alves/Metrópoles

Morador de Santa Maria, o historiador Victor Carvalho, 28 anos, frequenta o Gama e não se lembra de ver recentemente as placas da Rota do Rock no Teatro Galpãozinho, no Cine Itapuã e no estacionamento do Estádio Bezerrão, os três locais gamenses que constam na rota roqueira. Os espaços receberam shows emblemáticos de bandas como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude, Mel da Terra e Africae, nos anos 80.

Victor acredita que a rota não vem sendo devidamente divulgada. “Ninguém fala da região sul do DF como destino turístico e não existem visitas guiadas, então é algo meio esquisito”, comenta.

Fã de rock, o professor acredita que o Executivo deveria investir ainda mais em grandes festivais. “Temos muitos eventos apoiados pelo Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF), gratuitos e com a presença de boas bandas locais. Mas faz uns 10 anos que o Porão do Rock e o Ferrock, por exemplo, não contam com grandes atrações internacionais, o que afasta o público”, lamenta.

Sem eventos A Setur-DF esclarece, ainda, que os locais mapeados constantes na Rota do Rock não são, necessariamente, sedes de shows ou quaisquer manifestações culturais que venham a homenagear o rock nacional. Existe a intenção da pasta em realizar eventos nesses pontos, mas não há nenhuma perspectiva de que isso de fato entrará em vigor.

Um dos maiores nomes do rock brasiliense e nacional, o vocalista da Plebe Rude, Philippe Seabra, atuou na curadoria da Rota do Rock. O artista pretende lutar para que haja eventos nos próximos trechos a receberem placas. “Queremos shows nos locais a serem inaugurados para marcar o grande momento de cada ponto histórico”, conta ao Metrópoles.

Respostas Em nota, a Setur-DF afirma que a Rota do Rock “é uma forma de reconhecimento e celebração da história de Brasília” e que o projeto “sinaliza pontos relevantes e emblemáticos” para o rock de Brasília.

A pasta ressalta, também, que “a Rota do Rock está inserida em diversos eventos promovidos pela Secretaria de Turismo, como o Capital Moto Week e outras ações de turismo cívico, como “+ Turismo para as Mulheres da Terra”, onde, durante o passeio promovido, alguns pontos da Rota do Rock são explorados.”

Como dito anteriormente na reportagem, a Setur-DF disse não possuir um cronograma para terminar de instalar as placas da Rota do Rock.

A Secretaria de Economia não havia respondido até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.

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