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Senado aprova estado de calamidade no Rio Grande do Sul

Caso aprovado na Câmara, o projeto de decreto legislativo suspende uma série de regras da Lei de Responsabilidade Fiscal

MIGUEL NORONHA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Nas ruas trabalhadores com maquinários removem os entulhos e a lama nas entradas das casas. Moradores retiram o que é possível.

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira, 12, o projeto de decreto legislativo (PDL) que reconhece estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul e em 98 dos municípios do Estado até 31 de dezembro de 2024, em razão das enchentes causadas por ciclone extratropical. O projeto segue para análise da Câmara dos Deputados. Caso aprovado, a vigência do estado de calamidade suspende as seguintes regras da Lei de Responsabilidade Fiscal: limites e condições para operações de crédito; concessão de garantias; contratação entre entes da Federação e recebimento de transferências voluntárias; sanções para contratação de crédito entre entes da Federação; captação de recursos por antecipação de receita; inscrição de despesas em restos a pagar sem disponibilidades de caixa; cumprimento da aplicação de recursos vinculados a determinada finalidade, desde que os recursos sejam destinados ao combate à calamidade pública; vedações para renúncia de receita e geração de despesa, desde que o incentivo, benefício ou aumento da despesa sejam destinados ao combate à calamidade pública.

Favorável ao projeto, o senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou que a medida “não salvará vidas”, mas afirmou que ela será fundamental para a reconstrução do Rio Grande do Sul. “O Estado já vive uma situação fiscal difícil, que sacrifica sua economia e o contribuinte local. Com o desastre climático que o atingiu, haverá necessidade de reconstrução da infraestrutura de cidades inteiras, devastadas pelas enxurradas. Assim, esse processo de recuperação somente será possível com o abrandamento das regras estritas da LRF”, defendeu. Ao falar das vítimas do ciclone, o parlamentar se emocionou, mas assegurou que “o povo gaúcho está firme”. Ele também cumprimentou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que foi o autor do PDL, e agradeceu os esforços dos governos federal e estadual, além do Parlamento.

O Rio Grande do Sul foi atingido na semana passada por um ciclone extratropical que tem provocado fortes chuvas e inundações em várias cidades. Segundo o boletim mais recente da Defesa Civil, divulgado às 12h desta terça-feira, 12, 98 cidades foram atingidas e mais de 20 mil pessoas estão desalojadas, sendo quase 5 mil sem abrigo. Foram confirmadas 47 mortes e 8 pessoas continuam desaparecidas.

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