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Servidora da Educação acusada de fraude quis manter cargo de R$ 2 mil

São Paulo — A servidora da Secretaria da Educação de São Paulo (Seduc) Driele da Silva Teixeira atuava havia cerca de dez anos no gerenciamento de solicitações envolvendo o cartão-alimentação dos funcionários da pasta. Ela não aceitava exercer outra função e nem o auxílio de funcionários na atividade pela qual ganhava um salário líquido de cerca de R$ 2 mil. Driele é investigada por supostamente criar um esquema de fraude em benefícios de servidores inativos.

Ela foi alvo de mandados de busca e apreensão na última quarta-feira (29/5) por suspeita de peculato. O delegado da Polícia Civil Tiago Fernando Correia, responsável pela investigação, pediu ainda o afastamento da servidora pública e a quebra do sigilo telemático  (autorização para acessar o conteúdo dos aparelhos celulares, notebooks, CPU’s, pen drives e outros equipamentos eletrônicos).

Driele era responsável pela entrega e recebimento dos cartões alimentação, bem como pela formalização dos pedidos de suplementação de valores.

Em depoimento à Controladoria Geral do Estado (CGE), uma diretora contou sobre a resistência da servidora em ser transferida da função na qual tinha liberdade para gerenciar o benefício: “Não aceitava auxílio de outros funcionários, nem aceitava exercer outra atividade, mesmo que em nível de promoção, nunca tendo pleiteado qualquer ascensão, ainda que exercendo a mesmíssima função há cerca de dez anos”.

A investigação cita que o Portal da Transparência informa que, em abril de 2024, o salário bruto da servidora atingiu R$ 3.018,81 – enquanto o líquido ficou em R$2.070,46.

A servidora havia criado um modus operandi próprio para a função “não havendo normatização a respeito, o que de certa forma soa irregular, pois, pela lógica, caberia às próprias Diretorias o procedimento”, revelou a diretora ouvida pela CGE.

Descoberta nas férias Quando Driele entrou em férias, a funcionária responsável por substituí-la encontrou um armário com grande volume de envelopes lacrados. Dentro, estavam diversos cartões de vale-alimentação em nome de servidores exonerados. Todos os cartões tinham solicitação de suplementação de valores.

Ainda nas férias da investigada, um servidor exonerado comunicou que estava recebendo mensagens no aplicativo sobre uso indevido do saldo de um cartão de benefícios que ele não chegou a receber em mãos.

A CGE apurou 28 casos em que os cartões alimentação receberam créditos mesmo após a desvinculação do funcionário, totalizando mais de R$ 41 mil. Cinco pessoas que tinham irregularidades em seus cartões foram ouvidas pela Controladoria.

Em um dos casos apurados, mais de R$12 mil foram creditados, em agosto de 2023, no benefício de uma servidora que faleceu em 2022.

Um desvio recente foi identificado no dia 8 de maio, quando Driele solicitou suplementações de auxílio-alimentação para uma lista de servidores, entre eles, pessoas com cadastro inativo na secretaria.

Vida de ostentação A investigação levantou que “todos estranhavam a vida que a investigada levava, incompatível com sua renda”.

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Driele Teixeira se identifica como modelo e personal stylist Reprodução/ Redes Sociais

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Servidora posta viagens nas redes sociais Reprodução/ Redes Sociais

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Servidora é investigada por peculato Reprodução/ Redes Sociais

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Inquérito cita padrão de vida incompatível com salário

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Driele da Silva Teixeira Reprodução/ Redes Sociais

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Servidora é investigada por desviar verbas de vales-alimentação Reprodução/ Redes Sociais

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Driele Teixeira atua na função na Seduc há cerca de 10 anos Reprodução/ Redes Sociais

“É inconteste notar que Driele leva uma vida de ostentação, surgindo em fotos sempre muito bem arrumada, com roupas e bolsas aparentemente caras e na maioria das vezes em restaurantes ou praias”, diz a investigação.

Nas redes sociais, Driele se descreve como modelo, apaixonada por moda e viagem, personal stylist e influenciadora. Ela divulga fotos de viagens e frequenta lugares caros, como cruzeiros.

O Metrópoles mandou mensagem para a investigada e não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para atualizações.

Em nota, a Secretaria da Educação afirmou que atuou em conjunto com a Controladoria Geral do Estado na apuração de uma denúncia de irregularidades e, após constatar o uso indevido do benefício de alimentação por uma servidora, a Seduc encaminhou os dados à CGE.

Os trabalhos seguem em andamento, diz a secretaria.

A CGE mantém a plataforma Fala.SP para o recebimento de denúncias, que podem ser feitas de forma anônima, completa a nota.

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