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Silveira diz que Petrobras deve se manter sócia da Braskem e alfineta Prates: ‘Prefiro que ele feche a cara’

Segundo o ministro de Minas e Energia, o setor petroquímico é estratégico e pode ajudar o atual governo a obter um crescimento maior na economia

ALEXANDRE BRUM/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Alexandre Silveira é o atual ministro de Minas e Energia

De acordo com o ministro Alexandre Silveira, a Petrobras deve permanecer como sócia da petroquímica Braskem, que vem recebendo ofertas de compra nas últimas semanas. A declaração foi dada nesta sexta-feira, 16, em um seminário realizado no Copacabana Palace, na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo o ministro de Minas e Energia, o setor petroquímico é estratégico e pode ajudar o atual governo a atingir objetivos de crescimento da economia, geração de renda, redução da desigualdade e distribuição de renda. Ao ser questionado sobre a possibilidade da Petrobras, que tem uma participação de 36,1% do capital societário da Braskem, assumir o controle da empresa, Silveira não descartou a possibilidade: “Se depender do governo, a Petrobras continua sim na Braskem, porque a indústria petroquímica é estratégica e fundamental para o crescimento do país. Nós estamos discutindo inclusive a possibilidade de sermos autossuficientes na gasolina e no diesel (…) Nós temos que esperar, com serenidade, a Petrobras, como alguém que tem direito de preferência, pode exercê-lo, ou não, no momento adequado”.

Silveira ainda mandou um recado para o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e disse que seu compromisso é com a sociedade brasileira: “Entre agradar o Jean Paul, e cumprir um compromisso do governo com a sociedade brasileira de gerar empregos, gerar oportunidades e combater a desigualdade, eu prefiro que ele feche a cara, mas que nós possamos lograr êxito na implementação de políticas públicas”. Sobre a queda anunciada pela Petrobras de R$ 0,13 no preço da gasolina vendida às distribuidoras, que começou a valer nesta sexta-feira, o ministro de Minas e Energia negou que a estatal esteja atuando para ajudar o governo no amortecimento das pressões sobre o preço dos combustíveis. O cálculo do ICMS sobre os dois combustíveis mudou neste mês e, a partir de julho, tributos federais devem voltar a incidir integralmente sobre os preços do etanol e da gasolina.

“A Petrobras tem governança própria. A Petrobras é uma empresa de capital aberto, nós respeitamos a natureza da Petrobras (…) Na questão dos preços, nós estamos tendo uma redução no valor do Brent mundial, todo mundo vê isso, e a Petrobras tem que repassar. A Petrobras tem que ser também indutora do crescimento nacional. Nós vamos perseguir a todo tempo melhores preços no mercado e vamos criar todo o estímulo para que haja, inclusive, competitividade”, afirmou. O ministro também voltou a defender uma redução na reinjeção de gás nos postos do país. Esta é uma estratégia utilizada pela Petrobras e outras petroleiras para aumentar o chamado “fator de recuperação”. Segundo Silveira, os percentuais de reinjeção no Brasil são muito maiores do que nos Estados Unidos, Europa e África. Para ele, o gás precisa ser melhor utilizado na reindustrialização do país e também no crescimento da economia.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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