O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o líder do União Brasil na Casa, Elmar Nascimento (BA), conversaram e decidiram deixar as “mágoas” para atrás. Os dois se reuniram durante o fim de semana em São Paulo (SP). Com a reconciliação, Elmar deve anunciar nesta terça-feira (5/11) a saída da corrida pela presidência da Câmara.
O acordo fechado entre os dois para que o líder do União saia da disputa estabelece que Elmar seja o relator do Orçamento de 2026. Além disso, o MDB deve ficar com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa no próximo ano. O União Brasil havia decidido apoiar Hugo Motta para o comando da Casa, mas Elmar manteve a candidatura em busca de construir um bom acordo.
Lira e Elmar são amigos pessoais, mas o líder do União Brasil havia rompido contato com Lira depois de ele escolher o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB), para ser seu candidato à sucessão. Antes dessa escolha, o deputado baiano era visto como o favorito do presidente da Câmara, pela proximidade de ambos.
Quando Elmar descobriu a escolha, ficou enfurecido, e acusou o amigo de “traição”. Lira se defendeu e disse que “nunca falou” qual era seu candidato ao comando da Casa nas eleições de fevereiro do próximo ano, quando ele deixará a presidência. Na semana passada, Elmar chegou a dizer que havia perdido “seu melhor amigo” nessa disputa.
Na avaliação do entorno de Lira, a escolha de Motta, e não de Elmar, foi porque o líder do Republicanos tem mais abertura e diálogo dentro da Câmara. Na esteira de apoios que recebeu na semana passada, Motta conseguiu fechar alianças com PT e PL, partidos nacionalmente antagônicos. No total, oito partidos fecharam apoio ao político.
Lira teme perder poder político e trabalha com afinco para fazer seu sucessor. Os antecessores não conseguiram o feito. Eduardo Cunha acabou cassado, e Rodrigo Maia deixou a política para se dedicar à iniciativa privada depois de não fazer seu sucessor.
O plano do presidente da Câmara é se candidatar ao Senado por Alagoas em 2026; para isso, precisa fortalecer o capital político em busca de um cargo majoritário.