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Suspeita de envolvimento na morte de Cristal Pacheco foi denunciada pela mãe à polícia

A mãe de Gilmara Daiam de Sousa Brito, de 31 anos, a primeira mulher presa por participar do assalto que resultou na morte da adolescente Cristal Rodrigues Pacheco, afirmou que a filha procurou ela depois do ocorrido e pediu abrigo, mas ela decidiu denunciá-la à polícia pelo crime, que aconteceu na última terça-feira (2). 

A mãe de Gilmara, que preferiu não se identificar, contou que se sente muito decepcionada com as ações da filha. “Eu não dei essa criação a ela, ela foi pra esse lado [da criminalidade] sem motivo algum. Fico muito triste pelo fato acontecido, uma jovem que tinha tudo pela frente e elas interromperam o sonho da criança, porque elas não têm nada a perder, mas tiraram a vida de quem tinha sonhos”, disse. 

A mulher relatou ainda que assim que viu a notícia do crime ocorrido no Campo Grande, já imaginou que a filha estava envolvida. “Eu sabia que ela costumava roubar as pessoas na região. Quando eu vi a notícia pela manhã e que se tratava de duas mulheres eu já desconfiei que fosse ela, porque eu sabia que ela ia naquelas imediações. Assim que assisti as imagens do crime eu vi que realmente tinha sido ela”, contou. 

Segundo a mãe, a acusada a procurou para pedir abrigo logo depois do ocorrido, estava machucada e muito desesperada. “Ela procurou a gente, mas eu coloquei ela para fora. Ela estava machucada no braço, no local do tiro, porque a colega atirou, a bala atravessou no braço dela e pegou em Cristal. Ela disse que foi acidentalmente, que não foi porque ela quis, mas quem sai com arma na mão está disposto a matar e morrer”, relatou. 

A mãe de Gilmara tem outros três filhos homens, um de 33 anos que trabalha como pizzaiolo, outro de 22 que atua na área da construção civil e outro de 18 que é autista e requer cuidados constantes. Segundo a mulher, a filha usa drogas desde os 13 anos e saiu de casa antes mesmo de alcançar a maioridade. 

Suspeita confessou disparo
Presa hoje, Andréia Rasta, como é conhecida, confessou à polícia que atirou em Cristal. A delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou em coletiva nesta tarde que a suspeita estava escondida na cidade de Nova Soure, mas resolveu se apresentar com um advogado depois que teve prisão decretada pela Justiça.

A arma usada no crime ainda está sendo procurada, diz a delegada. “Não temos informações sobre a arma, estamos em busca dessa cadeia de como que essa arma chegou na mão das duas autoras do crime”, diz.

A polícia ainda não sabe se as duas suspeitas costumavam atuar juntas em crimes pela região. “Estamos fazendo levantamento da vida pregressa, mas o que nos chega é que são muitas passagens (da suspeita) por furtos aqui no Centro”, acrescentou. “Ela confessou o crime e também confirma que ela que efetuou os disparos”.

A suspeita ainda está sendo ouvida para dar detalhes sobre toda a dinâmica do fato. “Após o crime, ela teve suporte da família e seguiu para o interior do estado. Resolveu se apresentar, acredito que por conta da repercussão do crime, na mídia não só local, mas também nacional”, avalia a delegada. 

Ainda não se sabe se o tiro foi dado propositalmente ou foi um disparo acidental, acrescenta Andréa Ribeiro. “São muitas questões que precisam ser esclarecidas, vamos somar tudo que foi apurado para chegar a um resultado”, diz. “Elas não falaram o que queriam, mas a princípio nos parece que a motivação é de cunho patrimonial, queria roubar objetos das vítimas”.

Ambas as presas são usuárias de droga e provavelmente os objetos roubados seriam usados em permutas por tóxicos. 

Entenda o caso
A adolescente Cristal Rodrigues Pacheco, 15 anos, que seguia para a escola, foi morta durante uma tentativa de assalto, a pouco metros da sede do Comando Geral da Polícia Militar.

Moradora do Corredor da Vitória e estudante do Colégio das Mercês, a adolescente estava acompanhada da mãe e da irmã quando foi abordada. Segundo informações iniciais, no meio da ação, uma das suspeitas, que carregava uma pistola calibre 653, colocou a arma no peito da vítima e disparou contra ela antes de fugir.

O crime aconteceu em frente ao Palácio da Aclamação, próximo ao Campo Grande. Cristal não resistiu aos ferimentos e morreu antes mesmo de ser atendida, ainda com o uniforme da escola. A mãe e a irmã de Cristal não sofreram ferimentos e estão em casa.

Em nota, a Polícia Militar informou que foi acionada por volta das 7h através do Cicom. Equipes do 18º BPM, unidade responsável pelo policiamento da região, foram até o local e já encontraram a estudante baleada.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela 

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