InícioEditorialTadeu Mitraud relembra desafios próximo ao Mundial de Futebol de Amputados

Tadeu Mitraud relembra desafios próximo ao Mundial de Futebol de Amputados

 

A Copa do Mundo de Futebol dos amputados irá começar no dia 30 de setembro e terá como país sede a Turquia. Embora atualmente modalidades como essa venham ganhando visibilidade, as informações disponíveis sobre o torneio, que começou em 1987, ainda são vagas.

 

Mundial começará em breve

 

 

No entanto, com base em um material exclusivo, analisamos a trajetória e evolução da competição, bem como da própria Seleção Brasileira.

 

Na primeira edição em que participou, em 1989, o Brasil competiu com as equipes da Inglaterra, Guatemala, Rússia, El Salvador, Canadá e Estados Unidos. Com sede em Seattle (EUA), a seleção verde e amarelo conquistou o 3º lugar no campo e na arena.

 

 

Hoje, com a competição mais desenvolvida e mais seleções preparadas, o Mundial terá 24 equipes e o Brasil, vai em busca do tetracampeonato, já que saiu vencedor nos anos 1999, 2000 e 2005. Além disso, venceu a Copa América nos anos de 2009, 2013 e 2015.

 

Durante uma entrevista, com um dos principais jogadores seleção, Tadeu Mitraud falou sobre o início da prática no esporte, as habilidades desenvolvidas e as expectativas para o Mundial. Confira abaixo!

 

Desde quando você pratica esporte?

 

Eu gosto de esportes e principalmente o futebol desde criança. Jogo desde meus 5 anos de idade quando jogava no colégio pulando em uma perna só (não usava muletas).

 

O futebol para amputados eu conheci em 2005 quando um senhor me viu na rua e me contou da existência. Em 2006 comecei a praticar e disputei meu primeiro torneio nacional.

 

Quando você entrou para a Seleção Brasileira?

 

Entrei pra seleção em 2007, quando eu tinha 17 anos. Como eu jogava no colégio com pessoas “normais”, ou seja, com duas pernas, quando conheci a modalidade e disputei meu primeiro campeonato em 2006 eu me destaquei. A copa no mundo seria no ano seguinte, em 2007, então fui convocado já nessa primeira oportunidade que tive.

 

Qual o maior desafio que encontra?

 

Hoje o maior desafio é conseguir apoio para o desenvolvimento da modalidade no país. São dezenas de entidades que desenvolvem a modalidade espalhados por todo o Brasil e sobrevivem de doações e projetos de incentivo, mas a disponibilidade e acesso a esses projetos são complicados.

 

Acaba que muitos deficientes poderiam estar sendo incluídos socialmente através do esporte, mas sem apoio eles acabam se perdendo e ficando marginalizados na sociedade.

 

Sobre a habilidade que você mostra no vídeo, como a devolveu? No sentido de tempo que levou para chegar nesse nível.

 

O Brasil é o país do futebol. As crianças nascem e crescem aqui com sonho de ser jogador, isso está na natureza do nosso povo. Acaba que esse dom é desenvolvido naturalmente. Como disse anteriormente eu comecei a jogar com 5 anos pulando em uma perna só, fui começar a utilizar muletas depois de um tempo. Imagina o esforço pra fazer algo que gostamos?

 

Depois jogando com meus amigos com duas pernas fui precisando me superar para conseguir me incluir um pouco e acabou que essa dedicação se transformou em desenvolvimento que me proporcionou chegar a seleção brasileira

 

Como é o treinamento e com qual frequência?

 

Os atletas treinam em seus clubes para as competições nacionais e a convocação é realizada conforme a participação nessas competições. Na seleção são realizadas fases de treinamento que antecedem as competições, normalmente 3 ou 4 finais de semana, um por mês.

 

Para o Sul-Americano na Colômbia em março em que fomos campeões, nos reunimos 4 vezes, um final de semana por mês desde novembro de 2021. Para a Copa do Mundo já temos uma base definida, então vamos fazer uma fase prolongada de 18 a 28 de setembro (10 dias) e viajamos direto para o mundial.

 

Lances de Tadeu Mitraud

 

 

Quais as expectativas para Mundial?

 

O Brasil sempre foi uma referencia no futebol de amputados. Atualmente somos tri campeões mundiais e no último mundial em 2018 no México ficamos em terceiro lugar. Para este mundial o objetivo não poderia ser diferente do título, mas existem grandes equipes no mundo e além do Brasil temos outras equipes favoritas, como a própria anfitriã Turquia.

 

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