Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan News, o senador e ex-juiz disse ter ‘a consciência tranquila’ e defendeu os resultados da força-tarefa
Reprodução / Jovem Pan News
Parlamentar avaliou que há no momento um revisionismo da histórica, mas que a verdade é “inegável”
O ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) afirmou nesta segunda-feira, 11, que tem a “consciência tranquila” sobre as condenações promovidas no âmbito da Operação Lava Jato. Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan News, o parlamentar avaliou que há no momento um revisionismo da histórica, mas que a verdade é “inegável”. “Houve um esquema gigantesco de corrupção durante os governos do PT, tentam recontar essa história porque não é conveniente para o presidente do momento”, afirmou o senador. Questionado sobre sua atuação durante a força-tarefa, Moro classificou sua atuação como “dura”, mas negou irregularidades processuais. “Tem gente que critica a Lava Jato, mas não consigo achar uma pessoa que me aponte um inocente que tenha sido condenado. Fui um juiz duro sim, mas entendia que aquele momento histórico demandava essa dureza. As pessoas tiveram ampla defesa, as provas eram robustas e os resultados, o próprio acordo da Odebrecht, o acordo de leniência foram mais de R$ 3 bilhões devolvidos e foi elogiado mundialmente. Os procedimentos foram corretos”, opinou o ex-juiz. A manifestação ocorre após a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, que declarou “imprestáveis” as provas obtidas contra a empreiteira e classificou a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “um dos maiores erros judiciários da história do país”.
“Mas, na verdade, foi muito pior. Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações contra legem. Digo sem medo de errar, foi o verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF”, acrescentou Toffoli, o que Sergio Moro rebate: “Nunca ouvi do Supremo que Lula é inocente, então não vejo aberração histórica. (…) A Petrobras foi roubada? Teve inocente condenado? Teve alguma prova fraudada? Quem foi preso que não devia ter sido preso?”, também questionou o parlamentar.
Como o site da Jovem Pan mostrou, a Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) apresenta nesta segunda-feira, 11, um recurso contra a anulação dos acordos de leniência da Odebrecht e dos sistemas Drousys e My Web Day B, feitos em dezembro de 2016. Em nota publicada nas redes sociais, a entidade defende que a discussão sobre fatos envolvendo a Operação Lava Jato seja pautada “por uma análise técnica e objetiva”, que preserve as instituições e “não se renda” à polarização. “Não é razoável, a partir de afirmação de vícios processuais decorrentes da suspeição do juízo ou da sua incompetência, pretender-se imputar a agentes públicos, sem qualquer elemento mínimo, a prática de crime de tortura ou mesmo a intenção deliberada de causar prejuízo ao Estado brasileiro”, conclui, pedindo respeito aos membros da Ministério Público Federal.