O professor da USP Conrado Hübner Mendes, pedra no sapato dos privilégios e maus hábitos das togas, em especial dos tribunais superiores, lançará em novembro pela Todavia uma coletânea com artigos que publicou na imprensa nos últimos anos denunciando o que batizou de “magistocracia”: “a aristocracia de toga”. Hübner se tornou conhecido pelas críticas precisas e mordazes a ministros, juízes, procuradores e advogados que adotam expedientes questionáveis na rotina judicial.
Em “O discreto charme da magistocracia: vícios e disfarces do judiciário brasileiro”, Hübner desenvolve suas críticas à classe de operadores do direito, que considera ter cinco características: autoritária, autocrática, autárquica, rentista e dinástica, o que inclui “benefícios remuneratórios” e “favoritismo familiar”.
São 88 artigos, inicialmente publicados na Folha de S.Paulo e na extinta revista Época. Os textos vão de 2010, com “Onze ilhas”, até junho deste ano, com “Se o ministro é pai, contrate o filho”.
Um dos alvos dos apontamentos de Hübner nos últimos anos, o ex-PGR Augusto Aras, indicado por Jair Bolsonaro, moveu uma queixa-crime contra o professor. O processo foi arquivado no início deste mês pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.