A tripla invasão de terras produtivas realizada simultaneamente ontem na Bahia pelo MST foi atribuída por lideranças do agronegócio e parlamentares ruralistas à proteção velada do governo do estado aos atos do movimento. Como parte das ofensivas do chamado Abril Vermelho, centenas de integrantes invadiram novamente uma fazenda em Guaratinga, no Extremo-Sul, e tomaram outra em Jaguaquara, cidade localizada no Vale do Jiquiriçá. O terceiro alvo do MST foi uma propriedade de aproximadamente quatro mil hectares situada em Juazeiro, o principal polo de fruticultura irrigada da Bahia.
Sinal verde
As três áreas entraram na mira dos sem-terra após a direção do movimento atender aos apelos do governo federal para que desocupassem uma estação de pesquisas da Embrapa na zona rural de Petrolina, município pernambucano vizinho a Juazeiro. “Petrolina tem muitas outras fazendas, mas lá o MST não encontra a guarida que tem aqui por parte do governo estadual”, criticou um representante do agro em conversa reservada com a coluna.
Desobediência militar
As acusações de leniência do governo Jerônimo Rodrigues (PT) ante invasões de fazendas produtivas pelo movimento têm como base as dificuldades que a Justiça baiana enfrenta desde o início do ano para fazer com que a Polícia Militar execute reintegrações de posse autorizadas judicialmente. O motivo está em uma portaria do governo que condiciona o apoio policial às ações para retirada de invasores de terra determinadas pela Justiça a uma série de travas burocráticas, incluindo a chancela prévia do comando da PM, conforme noticiado em 4 de abril pela Satélite.
Aval de cima
Ao mesmo tempo, a blindagem obtida pelo MST na Bahia encontra lastro na forma com a qual o governo Lula faz vistas grossas frente às inúmeras investidas em áreas produtivas. Fora o aparelhamento crescente dos órgãos federais responsáveis pelas políticas de reforma agrária por indicados do movimento. Especialmente, o Incra. Isso gera desconfiança entre produtores agrícolas sobre o discurso contrário às recentes invasões por parte de integrantes do alto escalão do Planalto, a exemplo do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que condenou em público as ações do MST na última sexta-feira.
Torcedor…
Embora Jerônimo se declare torcedor apaixonado do Vitória, o governo pediu arresto de bens e bloqueio das contas do clube para cobrar um débito de ICMS calculado hoje em R$ 122,4 mil, mais correções, já inscrito na dívida ativa e supostamente contraído pelo Leão em 1985, quase 40 anos atrás.
… Ou inimigo?
O aperto do governo petista ao Vitória feito pela Procuradoria-Geral do Estado, através de pedido de execução na Vara da Fazenda Pública de Salvador, ocorre em meio à crise financeira enfrentada pelo rubro-negro, que tenta se reconstruir após ascender à Série B e retornar ao grupo de elite do Brasileirão, sem qualquer apoio do Executivo estadual.
A Bahia não aguenta mais! A violência está escancarada nos quatro cantos do estado, 24 horas por dia. A verdade é que o governo estadual abandonou o Pelourinho Cláudio Tinoco
Vereador da capital pela União Brasil, ao repercutir os ataques de sábado a turistas no Centro Histórico.