Uma coincidência infeliz para o pior presidente da história do Brasil desde o fim da ditadura militar de 64, quiçá mais para trás.
Bolsonaro anunciou que pedirá à justiça a liberação do seu passaporte para ir à festa de posse de Donald Trump, em janeiro.
Nas próximas semanas, Paulo Gonet, o Procurador-Geral da República, denunciará Bolsonaro por um ou mais crimes. A saber:
* tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito;
* roubo de joias presenteadas ao Brasil por governos estrangeiros;
* e falsificação de certificados de vacina contra a Covid-19.
É certo que Bolsonaro será denunciado por tentativa de golpe. A Polícia Federal o indiciou pelos outros dois crimes.
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Logo, a liberação dependerá de Moraes, que continua sendo atacado pelos filhos e aliados mais próximos de Bolsonaro.
Quem garante que Bolsonaro não pedirá asilo aos Estados Unidos caso Moraes permita que ele viaje ao encontro de Trump?
É Bolsonaro que garante que não pedirá. Mas desde quando, por tudo que já fez e disse, a palavra de Bolsonaro merece confiança?
No mais, como soaria aqui uma decisão de Moraes favorável a Bolsonaro depois de ele ter sido denunciado por Gonet?
Não faria sentido. E se Bolsonaro não voltasse, pareceria que tudo não passou de um acordão para que ele escapasse de ser preso.
Nenhum mandatário, nem ex, é convidado para a posse de um presidente dos Estados Unidos, uma cerimônia doméstica.
Eduardo Bolsonaro, o Zero Três, foi admitido na residência de Trump na Califórnia para acompanhar a apuração dos votos.
Não satisfeito, Eduardo cometeu a molecagem de infiltrar na residência um ex-ministro do seu pai e um parente.
Postou nas redes sociais uma foto dele, Eduardo, na companhia de Donald Trump Jr. E foi tudo o que conseguiu, saindo satisfeito.
Bolsonaro acha que poderia conseguir muito mais, talvez um aceno de Trump, pai, ou – quem sabe? – até uma foto ao seu lado.
Trump pode não ter gostado do apoio dado por Lula à candidatura de Kamala Harris, mas daí a ir além disso…
Daí a pressionar a justiça brasileira para que não condene Bolsonaro vai uma longa distância. Trump tem mais o que fazer.