Coordenadora nacional do MBL (Movimento Brasil Livre), Amanda Vettorazzo recebeu bem mais que R$ 11 mil do União Brasil para realizar uma pesquisa sobre a participação feminina do partido.
Segundo novos dados fornecidos pela sigla ao TSE, além dos R$ 11 mil revelados pela coluna na terça-feira (17/10), a legenda realizou pelo menos outros quatro pagamentos a Amanda que totalizaram R$ 44 mil.
O primeiro repasse ocorreu em maio. Os outros quatro pagamentos, também de R$ 11 mil cada, foram feitos em junho, julho, agosto e setembro, totalizando R$ 55 mil já pagos pelo União Brasil à líder do MBL.
O pagamento de maio foi feito por meio da empresa “Amanda Vetorazzo”. Já os outros quatros repasses subsequentes foram realizados para a empresa “Avk Consultoria Ldta”, também de propriedade de Amanda.
Líder do MBL se reuniu com ministro de Lula O trabalho realizado pela líder do MBL entre maio e setembro foi semelhante. Amanda foi a Brasília para conversar com parlamentares da sigla sobre a participação feminina dentro do partido.
Em uma dessas viagens, a líder do MBL diz ter se reunido com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, um dos dois quadros do União Brasil que integram o governo Lula.
“Ouvir o ministro Juscelino filho foi muito bom para que houvesse um maior entendimento a respeito de sua visão sobre o tema”, escreveu Amanda no relatório referente às atividades de maio/junho.
O último relatório apresentado por Amanda em setembro tem cerca de três páginas e relata um evento sobre a pauta feminina de dois dias na sede do União Brasil em Brasília.
Outro lado A coluna procurou o MBL e o União Brasil para entender o contrato entre o partido e Amanda Vetorazzo, mas não houve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Em manifestação no Twitter na terça, Amanda admitiu ter recebido “uma remuneração” para “fazer uma pesquisa com parlamentares mulheres do União Brasil”. Ela não mencionou, porém, os valores.
“Me espanta que com tantas coisas acontecendo no Brasil e no mundo nesse momento, a preocupação do jornalista seja essa. Querem tanto mulheres na política que quando uma recebe pra trabalhar no ramo, logo tentam atacá-la e deslegitimar o seu trabalho”, escreveu a líder do MBL no X (antigo Twitter).
Amanda, vale lembrar, é filiada ao União Brasil. Nas eleições de 2022, ela disputou uma vaga de deputada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), mas ficou apenas na suplência.
A líder do MBL costuma fazer críticas e se dizer contra a utilização dos fundos eleitoral e partidário, ambos abastecidos com recursos públicos do Orçamento da União.