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‘Vi meu pai morrer e não pude salvar’, diz filha de operário morto em Paripe

Choro ininterrupto e gritos de desespero. Esses foram os sons que ecoaram no Cemitério Municipal de Plataforma, na manhã desta terça-feira (30), quando foi sepultado o corpo do operário José Raymundo Bispo dos Santos. Morto na tarde do último domingo (28), na localidade de Bate Coração, no bairro de Paripe, José foi esfaqueado por um vizinho após uma discussão por conta de “troco de cachaça”, de acordo com familiares.

O motivo do esfaqueamento, inclusive, parecia inacreditável para os que ficaram sabendo do fato e até para quem o presenciou. Milena Tavares, 24, filha do operário, viu o pai ser atacado e até tentou prestar socorro. No entanto, não conseguiu evitar a morte de José. Dois dias depois do caso, ela afirmou à reportagem que ainda não compreendia o que aconteceu e pediu justiça para a família.

“É uma dor inexplicável, eu quero justiça. Estou sendo forte por minha mãe, mas está doendo de uma maneira insuportável. Eu pergunto a Deus por que eu e minha família estamos passando por isso. Ele não merecia morrer desta forma. Eu não aceito isso”, afirmou Milena, aos prantos, enquanto velava o corpo do pai em um cemitério que ficou repleto de amigos e familiares.

A jovem ainda lembrou a cena do ataque contra José, como se empenhou para tentar salvar a vida dele. De acordo com ela, a memória do momento de terror se repetiu incontáveis vezes desde o último domingo. 

“Eu vi acontecer, corri para ajudar ele e tentei tirar a faca, mas já estava dentro e não tinha o que eu pudesse fazer. Como é que esquece? Vi meu pai morrer na minha frente e não pude salvar. Eu lutei até o fim, mas não tinha como socorrer mais”, fala ela. Segundo familiares, José foi golpeado no peito e no pescoço pelo suspeito. 

A esposa de José, Sueli Tavares, quase não se aguentava em pé por conta do desespero e não conseguiu falar com a imprensa. Michele Tavares, 28, outra filha do operário, falou sobre a dor que abala toda a família após a morte dele. 

“Não tenho palavras para descrever o que nós aqui temos passado. Ninguém imaginava nunca ter que enterrar meu pai dessa maneira. Uma pessoa boa, que não fazia mal a ninguém e era querido por todos onde morava. A gente quer respostas porque não dá para entender”, diz Michele.

Pessoa amável
Ao falar sobre José, seja familiar ou amigo, todos presentes no Cemitério Municipal de Plataforma foram unânimes. O descreveram como alguém amável, alegre e que era querido por quem o conhecia. Mais do que isso, destacaram que ele não tinha qualquer conflito ou desentendimento anterior com ninguém que o conhecia.

“Você não via José brigar com ninguém. Ele só tinha amizade com todos. Era um homem tranquilo, amoroso com as filhas dele e muito querido pela vizinhança. Por isso, todos que estão aqui não entendem como alguém bom como ele partiu desse jeito, com tanta crueldade”, contou Eleneide Farias, 59, vizinha e amiga da família.

Do suspeito de matar José, porém, Eleneide diz outra coisa. “Ninguém na nossa rua lá gostava dele. Era dono de um boteco ali, mas todos sabiam que não era boa pessoa. Por isso, aproveitou de uma discussão boba para fazer o que fez. José, como não tinha maldade, nem esperava aqui e não teve como se defender”, explica Eleneide. 

Ao lembrar do pai, Milena também destacou o quanto era uma pessoa que transmitia bondade. Além dela e Michele, José deixou ainda outra filha. “Era amoroso com todas nós, uma pessoa de coração bom. Todo dia, quando era de noite, levava o pão, falava com a gente sempre com carinho. Hoje, quando chegar lá, não vai ter mais ele, vai faltar a coisa boa que era sua presença”, fala Milena, que estava muito emocionada. 

“Nunca conheci uma pessoa do coração tão bom e esse é o legado dele. Se pudesse tirar da boca para dar aos outros, ele fazia isso. A natureza do meu pai era boa. Eu não morava mais com ele, mas toda vez que chegava lá o carinho e cuidado era o mesmo porque meu pai era assim”, completa Michele, filha mais velha de José e Sueli.

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