Nem Paulo André, nem Elias, nem Gabriel Lima ou qualquer um dos vários executivos contratados pelo Cruzeiro. O principal conselheiro de Ronaldo Fenômeno hoje é Andrés Sanchez. E as conversas entre o dono da SAF do Cruzeiro e o ex-presidente do Corinthians são sobre praticamente todos os temas ligados ao futebol.
Contratação de jogador, busca por funcionários para o staff, problemas com arbitragem, articulação entre os clubes para a formação da Libra, acesso a pessoas da CBF e da Conmebol…
E mais: se dependesse de Ronaldo, Andrés teria um cargo importante dentro do departamento de futebol cruzeirense desde o início do ano. Assim que fechou a compra da Raposa, o Fenômeno convidou Andrés para atuar como uma espécie de executivo de futebol.
“Mas não teve como aceitar. Eu sou corintiano e nunca vou trabalhar em outro clube”, justifica o ex-presidente alvinegro.
Ronaldo e Andrés nunca vão confirmar de forma pública, mas três presidentes de clubes grandes asseguraram à coluna que existe um enorme lobby para que o corintiano se torne diretor de seleções da CBF após a Copa do Mundo do Catar, entre novembro e dezembro. Com apoio total e irrestrito do Fenômeno.
Dono de um estilo desbocado e muitas vezes agressivo, Andrés é muito bem-avaliado entre os presidentes de clubes das Séries A e B. A ponto de vários recorrerem a opiniões do dirigente para tomarem decisões importantes. Jair Ventura, por exemplo, já assegurou dois empregos diferentes depois das ótimas referências dadas por Andrés.
A relação entre Ronaldo e Andrés começou horas antes de o então atacante ser anunciado como reforço alvinegro, em dezembro de 2008. Eles se sentaram à mesa no restaurante de um hotel no Rio de Janeiro, ao lado de um empresário do jogador e de Luis Paulo Rosemberg, homem do marketing corintiano na época. A ideia era transformá-lo no camisa 9 da Fiel, mas a conta não fechava de jeito nenhum.
Até que Ronaldo e Andrés foram ao banheiro. E entre um cigarro e outro, em não mais do que cinco minutos, eles apertaram as mãos e fecharam uma das maiores contratações da história do futebol brasileiro. Desde então, mantém contato frequente e viraram amigos inseparáveis.