Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Cristiano Zanin visitou logo cedo o Senado Federal, dando início ao périplo antes de sua sabatina marcada para o próximo dia 21. Acompanhado por assessores e um segurança do Senado, ele caminhou pelos corredores e priorizou alguns gabinetes, como o dos senadores Alessandro Vieira (PSDB-SE) e Lucas Barreto (PSD-AP). As reuniões foram a portas fechadas. Zanin não foi ao gabinete do senador Sergio Moro (União-PR), embora a sala do ex-juiz da Lava Jato fique no mesmo corredor dos parlamentares visitados pelo indicado de Lula.
Em dois encontros anteriores, o advogado já havia pedido apoio a integrantes do Senado. Ele criticou o ativismo judicial, defendeu prerrogativas do Congresso sobre pautas de costumes e se apresentou como um “homem de família tradicional”, católico, casado e com três filhos da mesma mulher — Valeska Teixeira, que é também sua sócia. A informação sobre a data para a sabatina de Cristiano Zanin foi anunciada pelo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), nesta segunda-feira, 12. Além da confirmação da sessão, Alcolumbre informou que a relatoria da indicação estará a cargo do vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MPD-PB).
Atuante na defesa de Lula nos processos que envolvem o petista na Operação Lava Jato, Zanin precisará ser aprovado na comissão e no plenário da Casa. Na CCJ, a sessão requer um quórum mínimo de 14 dos 21 membros titulares. O advogado precisará do voto favorável da maioria dos presentes. Já no plenário, a votação iniciará após o comparecimento de, no mínimo, 41 senadores, e Cristiano será considerado aprovado e apto para assumir a cadeira vaga no Supremo se obtiver ao menos 54 votos favoráveis.