O coronel da Polícia Militar Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra deve ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na manhã desta quinta-feira (21/9).
Em 8 de janeiro, o coronel Paulo José atuava como chefe interino do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do DF (PMDF). O militar assumiu a chefia interina do DOP na semana anterior aos atos antidemocráticos, quando o titular, coronel Jorge Eduardo Naime, saiu de licença.
Ele é acusado de não ter cumprido o plano de segurança para impedir os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes nos atos antidemocráticos, conforme apontou relatório da Polícia Federal.
Bezerra e Naime foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e estão presos. O presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT), inicialmente, espera esclarecer se foi Bezerra que determinou a abertura da Esplanada dos Ministérios para os vândalos no dia 8 de janeiro.
Em relatório obtido pelo Metrópoles, a Polícia Federal disse que a competência para elaborar o planejamento de contenção dos manifestantes era do coronel Paulo José. O militar está preso no Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque).
Em razão de estar preso, o coronel precisou da autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para depor à CPI na condição de testemunha. Durante o depoimento, ele não precisa produzir provas contra si e, por esse motivo, pode ficar em silêncio durante a oitiva.