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Homem é condenado a 26 anos de prisão por matar menino que tentava proteger a mãe

O Tribunal do Júri condenou, nesta segunda-feira (18), Luiz Marques Ribeiro Correio a 26 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do menino Pablo de Jesus, de 14 anos, que morreu enquanto protegia a mãe. O autor foi condenado por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público estadual, o crime foi cometido em junho de 2020, em Simões e Filho, quando o Luiz Marque esfaqueou o adolescente até a morte.  Ele ainda tentou matar a mãe da vítima e ex-companheira Cremilda Jesus, além do ex-cunhado Josenei dos Santos. A acusação foi sustentada no Júri pela promotora Mariana Pacheco de Figueiredo e a sentença proferida pelo juiz Murilo de Castro Oliveira. 

O criminoso e a mãe da vítima tiveram um relacionamento, que acabou em 2019, após a mulher ter levado um soco no rosto por ciúmes.

“Ele veio para me matar, mas meu filho não deixou que ele viesse até mim. Aí ele atacou Pablo”, desabafou Cremilda.

Mesmo com o ataque a Pablo, Cremilda não escapou da ira do ex-companheiro. Ela foi esfaqueada na altura do peito quando tentava salvar o menino. O ataque contra mãe e filho aconteceu no dia 5 de junho de 2020, no bairro do CIA I. Ambos foram socorridos para hospital municipal da cidade e o adolescente morreu no dia seguinte.

Momentos antes das facadas, o criminoso havia escutado uma conversa de Cremilda com o pai dos cinco filhos dela, entre eles Pablo, o mais velho de todos.

“Apesar de tudo, sempre tratei ele (Duca) bem. Na sexta, ele apareceu e ouviu uma conversa minha com o pai dos meninos e saiu. Depois, voltou e atacou meu filho”, contou a dona de casa ao CORREIO durante o trajeto à 22ª Delegacia (Simões Filho), na manhã desta terça-feira (9).

De acordo como o delegado Leandro Acácio da Cruz de Jesus, o crime foi premeditado. “A mãe da vítima não reconhece a faca como objeto da casa e o suspeito saiu e voltou depois e aplicou os golpes”, contou.

O acusado chegou a se apresentar na 23ª Delegacia (Lauro de Freitas), acompanhado de dois advogados. “Ele disse que acabou se desentendendo com o adolescente de 14 anos. Afirma que estava bebendo antes do fato e que aí brigou por besteira e acabou esfaqueando o menino. Sobre a faca, ele disse que inicialmente tinha saído para pescar e, por isso, estava com essa faca. Disse que não tinha intenção de esfaquear Cremilda, que não sabe o que aconteceu e que saiu desesperado com o que aconteceu”, completou Leandro.

Crime
O crime aconteceu na Rua Raquel de Almeida, quadra VI, bairro do CIA I. Pouco antes de prestar depoimento na delegacia, Cremilda contou ao CORREIO que na sexta-feira, por volta das 15h, estava em casa com os filhos, a mãe dela e o irmão, quando Duca apareceu para mais uma tentativa de reconciliação.

“Eu terminei com ele, mas não o tratava mal depois disso. Não queria voltar porque há um ano ele me deu um soco no rosto. Não dei queixa na delegacia porque ele se desculpou. Nunca imaginei que pudesse chegar a esse ponto”, declarou ela.

Cremilda relatou que num determinado momento atendeu a ligação do ex-marido, pai de seus filhos. Ela acredita que isso tenha provocado a ira do acusado. “Só pode ter sido isso, porque eu vi que ele percebeu com quem eu estava falando, com o pai dos meus filhos, que queria saber como estavam as crianças. Depois disso, ele saiu às pressas”, disse ela. 

Por volta das 17h30, o acusado retornou à casa da ex-companheira e deu de cara com Pablo, que estava sozinho na sala – a mãe, a avó, o tio e os irmãos estavam no fundo do imóvel. Cremilda disse que não viu as facadas, mas ouviu o final da conversa do filho com o algoz e, logo depois, os gritos.

“Meu filho dizia: ’Não, você não vai, não vai’. Como se estivesse impedindo que ele chegasse até mim. Foi quando escutei os gritos de Pablo, corri para sala e pulei em cima dele (Duca) para salvar meu filho, foi quando também foi esfaqueada”, contou a dona de casa.

A tragédia seria maior. O irmão de Cremilda, que também estava nos fundos da casa, percebeu a gritaria e também correu para a sala. Ele chegou na hora e impediu o acusado de aplicar outros golpes na dona de casa. “Segurei por alguns instantes, mas ele conseguiu se livrar e correu”, contou o tio de Pablo.

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