Nesta sexta-feira, 11, o programa Pânico recebeu o crítico musical Regis Tadeu. Sucesso nas redes sociais por suas opiniões polêmicas, ele opinou sobre grandes artistas da música pop atual, como Dua Lipa e Post Malone, que estiveram na última edição do Rock in Rio. “Dua Lipa as canções são muito boas, o show é uma farsa. A pessoa que sobe no palco para fazer playback, eu não tenho o menor respeito. Ela tem um trabalho musical muito bom. Vi a apresentação desse animador de festinha infantil, um cara chamado Post Malone, foi uma das coisas mais vergonhosas que eu já vi. Um sujeito com o talento de uma tainha, o cara não se deu o trabalho de sequer trazer um DJ. Fazer que nem o Alok, um DJ de pen drive. O que é pior, as plateias já não se importam mais com isso. Essa é uma diferença muito grande entre a velha geração e uma nova”, disse. Em comparação, Tadeu elogiou o repertório do cantor The Weekend, conhecido por suas músicas com referência aos ritmos dos anos 80. “Pode se dizer que é um novo nome que faz um trabalho extremamente substancioso”, resumiu.
Para o crítico, a juventude que está habituada a redes sociais e aplicativos como Tiktok e Whatsapp não consegue consumir e apreciar a música em densidade. “Ninguém quer se dedicar a absolutamente nada hoje. O lance da música, por exemplo, tanto a educação musical formal, ela precisa evidentemente de dedicação. só que a gente vive uma época em que essas novas gerações conseguem sequer ouvir uma música até o final. Uma das reclamações que mais ouço de quem me segue e tem o cérebro do tamanho de um pistache é que falo devagar. A grande maioria da molecada hoje, quando vai assistir qualquer coisa, coloca em [velocidade de reprodução de] duas vezes, para economizar tempo. Economizar tempo para quê? Para não fazer nada?”, questionou. “Sinceramente acho que as novas gerações vão voltar a viver em árvores e comer carne crua. Todo mundo sabe que independente do que você faça, a vida é muito dura. Você tem que trabalhar, batalhar. Hoje você tem pelo menos duas gerações muito infantilizadas. O grande culpado disso são os pais. O grande problema é o seguinte: você tem uma molecada que não sabe o significado da palavra não”, seguiu.
Regis Tadeu também fez comentários sobre a onda de turnês comemorativas promovidas por artistas, como Sandy & Júnior e Rouge. “Você tem fãs de bandas antigas, quando um artista se propõe a fazer um show com repertório novo, a resposta do publico é cretina. Metallica fez isso. As pessoas escolheram as mesmas musicas de sempre. Isso tem a ver com as pessoas hoje, levam uma vida tão medíocre que precisam de um cobertorzinho emocional para voltar a se sentir bem. Quando teve a turnê da volta do Sandy & Júnior a loucura que foi, é muito cretino aquilo. As pessoas perderam a vergonha de se expor, o próprio sucesso do Tiktok, que é a maior concentração de retardados por frame que existe. A gente tem duas gerações de adultos completamente infantilizados, é uma coisa impressionante, tem a ver com o fato de manter conexão com uma época que não tinham responsabilidade, todo mundo quer ser feliz”, disse. “Eu falo bem de algumas coisas, falo mal de outras, mas o que é importante é a pessoa ouvir o que eu tenho a dizer e parar para pensar. Se a pessoa vai concordar comigo ou não, é um outro problema. Se eu conseguir fazer com que a pessoa pare para pensar, meu trabalho já está feito. Não adianta colocar sua música no streaming e achar que está tudo bom. Existem grandes artistas relativamente novos e que fazem trabalhos bem legais, a criatividade não será inibida, o que será inibido provavelmente é a inteligência do público, que é cada vez mais burro”, concluiu.
Confira na íntegra a entrevista com Regis Tadeu: Leia também Zeca Pagodinho explica por que nunca visitou Arlindo Cruz após cantor sofrer AVC Filho e viúva de Gal Costa se despedem da cantora em velório