InícioEditorialEstética anos 2000 e a supervalorização da magreza: entenda os perigos

Estética anos 2000 e a supervalorização da magreza: entenda os perigos

É notável o retorno dos anos 2000 como referência estética. Nas redes sociais, influenciadoras posam com roupas, maquiagens e penteados da época. No entanto, a influência daquele período não se limita apenas a um jeito específico de se arrumar. Um dos marcos dessa era é a supervalorização da magreza.

As modelos e atrizes eram enaltecidas por seus corpos magérrimos, e influenciavam o público da época com um padrão de beleza inalcançável. Hoje em dia, quem cumpre esse papel são as influenciadoras digitais — a empresária americana Kim Kardashian, por exemplo, perdeu muito peso nos últimos meses e abandonou a silhueta cheia de curvas por uma imagem extremamente magra.

Além de não ser saudável, um dos maiores problemas da magreza extrema em tempos de redes sociais é que muitas pessoas, principalmente meninas mais jovens, acabam comparando seus corpos com o de outras pessoas que sequer têm o mesmo biotipo que elas.

Para se encaixar neste “ideal de beleza” que é vendido on-line, muitas recorrem a dietas perigosas para conquistar o “corpo perfeito”.

O perigo das dietas sem supervisão A nutricionista Dani Borges explica que qualquer dieta, seja restritiva ou não, precisa ser individualizada. O ideal é que ela seja planejada por um profissional de saúde de maneira personalizada, levando em consideração fatores como a rotina, preferências alimentares, intolerâncias e metas do paciente.

Uma dieta muito drástica feita por conta própria pode até dar resultado em um primeiro momento, mas provavelmente oferece riscos fisiológicos e psicológicos ao indivíduo. A profissional destaca que às vezes a pessoa pode consumir menos calorias do que realmente precisa para manter o funcionamento do corpo, causando uma deficiência de vitaminas e minerais no organismo, o que pode levar a um quadro de desnutrição.

Entre outros problemas, a ausência da quantidade básica de nutrientes gera mal-estar, fraqueza, cansaço e até insônia — a junção de fatores pode, inclusive, desencadear condições psicológicas.

Dani conta que o indivíduo pode entrar em estado de depressão, além de desenvolver uma sensação de desânimo para realizar as tarefas do dia a dia. Além disso, a nutricionista frisa que o resultado desejado nunca vai ser alcançado de um dia o outro, o que pode causar ainda mais frustração.

Ela alerta para a possibilidade de desenvolver disturbios alimentares durante o processo de emagrecimento, como a compulsão alimentar ou anorexia, por exemplo. A recomendação é traçar metas viáveis com acompanhamento profissional.

Controle a influência das redes sociais O terapeuta Andrei Moreira explica que os padrões de beleza mudam conforme a cultura, o tempo e a sociedade, e é normal se sentir influenciado por eles. Por isso, a dica do especialista é questionar esses padrões, lembrar que são passageiros, e estabelecer referências pessoais de satisfação e bem estar.

De acordo com Moreira, é essencial selecionar fontes que inspirem nas redes sociais. Seguir pessoas que empoderam, se aceitam e fazem mudanças no corpo movidas pelo autoamor, e não pela manipulação da mídia ou culpa, pode ajudar muito.

“Conheça mulheres que quebram padrões e mostram, na prática, uma visão realista e amorosa da relação com o corpo e com a autoestima”, recomenda. Ele afirma ainda que priorizar a saúde física, mental e emocional é indispensável. Sem elas, nenhum formato de corpo trará satisfação.

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